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Estudos se debruçam sobre o impacto mental do novo coronavírus

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Enquanto a pandemia deixa um rastro de mortes no planeta, seu impacto na saúde mental das pessoas vem rendendo diversos estudos. De acordo com os pesquisadores, espera-se um número expressivo de indivíduos que desenvolverão algum tipo de transtorno psiquiátrico, como ansiedade e depressão. A psiquiatra Carol North, professora da University of Texas Southwestern, é uma das autoras de artigo publicado no meio deste mês na revista científica “New England Journal of Medicine”. “Praticamente todos experimentarão algum grau de angústia e sofrimento, mas há grupos que serão afetados com maior intensidade. São aqueles formados por pessoas que contraíram a doença; pelos indivíduos que pertencem a categorias de risco, como os idosos; e os que já apresentavam problemas psiquiátricos ou de abuso de substâncias”, afirmou.

A falta de recursos para tratar os doentes e a incerteza em relação aos prognósticos e às medidas de saúde pública se somam ao estresse de problemas financeiros. Para a doutora North, que estudou as dificuldades de sobreviventes de outros grandes desastres, como os atentados terroristas de 11 de Setembro e o furacão Katrina, a Covid-19 é um território inexplorado: “nunca antes nos deparamos com a questão da depressão resultante de uma pandemia, é como se a Covid-19 estivesse criando um desastre com diversas camadas”, escreveu, lembrando que os profissionais de saúde também integram o grupo mais vulnerável, devido ao risco de exposição e à carga emocional a que se submetem.

“Além do medo de adoecer e morrer, do temor de perder amigos e parentes, há os efeitos secundários envolvendo privações de ordem material”, disse, acrescentando que, durante a pandemia, é importante manter contato com as pessoas próximas e ter uma rotina. “Não se deve subestimar o estresse das crianças, elas devem ser encorajadas a falar de seus receios”, completou.

A revista “The Lancet Psychiatry” também publicou artigo de diferentes autores listando prioridades para garantir a saúde mental durante a pandemia. Para eles, é indispensável monitorar as condições psíquicas das pessoas para determinar que tipo de suporte será necessário e intervir o mais precocemente possível. “Isolamento e solidão, consequências da pandemia, estão fortemente associados a quadros de ansiedade, depressão, automutilação e tentativas de suicídio”, diz o trabalho. Os autores enfatizam que alterações no estilo de vida e de sono, que têm ocorrido com frequência, impactam o estado emocional, e que as chamadas fontes de resiliência, como amigos e familiares, são aliadas para vencer o desafio do distanciamento social.

Fonte: G1

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