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Quartos vazios de hotéis da Times Square sinalizam longa crise

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Times Square, em Nova York: sem turistas e hotéis lotados (Bloomberg/Divulgação)

O Hilton Times Square ocupa um trecho normalmente movimentado da 42nd Street, onde turistas disputam espaço em frente ao museu de cera Madame Tussauds e um popular Dave & Buster’s. Agora, as calçadas estão vazias e o proprietário do hotel avisa investidores que pode entregar a propriedade.

O setor global de hospitalidade enfrenta a pior crise de sua história e Nova York, o epicentro do surto de coronavírus nos EUA, se prepara para uma difícil recuperação. Mesmo quando as viagens forem retomadas, a dependência do mercado hoteleiro de Manhattan de viagens internacionais e grandes conferências deve dificultar o pagamento de dívidas e custos trabalhistas por proprietários.

“Existem quartos demais, os hotéis dependem muito de grupos de empresas e o sindicato negociou um contrato maravilhoso”, disse Jonathan Falik, CEO da JF Capital Advisors. “É difícil pensar como todos poderão sobreviver.”

A pandemia já obrigou o Sunstone Hotel Investors a registrar uma perda contábil, que avalia o Hilton em menos de US$ 77 milhões da hipoteca sobre a propriedade, de acordo documento regulatório enviado em 11 de maio. O empréstimo vence em novembro, e o Sunstone está estudando opções, incluindo a entrega do hotel ao credor.

O Sunstone não respondeu a pedidos de comentário. O diretor financeiro da empresa disse em fevereiro que a propriedade de 478 quartos era minimamente rentável, pois o aumento do aluguel do terreno e impostos mais altos sobre propriedade pressionavam o lucro.

Mesmo antes da pandemia, proprietários de hotéis em Manhattan reclamavam que novos projetos e a concorrência com o Airbnb dificultavam o aumento dos preços. A receita por quarto disponível, que mede preços e ocupação, caiu 4% em 2019, de acordo com a empresa de dados STR, o pior desempenho desde 2009.

A pandemia apenas reforçou o argumento para a conversão de propriedades hoteleiras. Aproximadamente 60% dos 700 hotéis de Nova York suspenderam as operações, disse Vijay Dandapani, presidente da Associação Hoteleira de Nova York. E, embora profissionais de saúde e funcionários do governo estejam ocupando camas em hotéis que permanecem abertos, pagam preços com desconto e não ficarão por muito tempo.

O mercado de Nova York terá um longo caminho a percorrer “por causa de sua densidade e dependência de transporte de massa, que criam uma sensação de risco”, disse o CEO do Marriott, Arne Sorenson, em teleconferência de 11 de maio com analistas.

Fonte: Patrick Clark | Exame

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