A Polícia Federal (PF) cumpre hoje (29) 29 mandados de busca e apreensão em quatro estados no âmbito de duas operações: a Silício e a Macchiato. A Operação Silício tem como foco um esquema de corrupção que, segundo as investigações, teria funcionado entre 2011 e 2016 e fraudado contratações do Centro Nacional de Tecnologia Eletrônica Avançada (Ceitec).
O Ceitec é uma empresa vinculada ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações que fabrica circuitos e soluções em microeletrônica. O centro está sediado em Porto Alegre (RS), uma das cidades onde estão sendo cumpridos os mandados pela PF.
Segundo a PF, uma empresa do ramo de tecnologia se associou a um escritório de advocacia para lavar dinheiro obtido com a sonegação de tributos e pagar propina a servidores do Ceitec. Assim, a companhia privada teria obtido irregularmente um contrato com a empresa pública.
Operação Macchiato
A Operação Macchiato, lançada em conjunto com a Silício, tem como objetivo desmantelar uma organização que, de acordo com a polícia, atuou entre 2014 e 2016 na sonegação de impostos e lavagem de dinheiro. Alguns dos investigados são alvos em ambas as operações. O grupo teria ainda desviado dinheiro de uma instituição financeira através de contratos falsos de prestação de serviços. De acordo com a polícia, dois diretores da instituição financeira foram afastados pela Justiça e R$ 100 milhões foram bloqueados.
Os mandados de hoje são cumpridos nas cidades de São Paulo (SP), Santana de Parnaíba (SP), Vargem Grande Paulista (SP), Jaguariúna (SP), Belo Horizonte(MG), Nova Lima(MG), Machado(MG), Rio de Janeiro (RJ) além de Porto Alegre (RS).
Posicionamento
Com relação às operações da Polícia Federal deflagradas nesta manhã, o Ceitec S.A. esclareceu por meio de nota que “forneceu documentos e se colocou à disposição dos agentes para esclarecimentos sobre um fornecedor que manteve contratos de prestação de serviços firmados até julho de 2016”.
“Em relação às informações apresentadas pela Polícia Federal na coletiva de imprensa, sobre as constatações dos relatórios da CGU referentes a 2016, a Administração adotou medidas administrativas e judiciais cabíveis, tão logo tomou conhecimento das informações à época. Ressalta-se que o Ceitec S.A. está colaborando com as operações em curso para esclarecimento dos fatos apontados pelos órgãos federais de defesa do Estado”.
Matéria corrigida às 10h53. Os dois diretores afastados, citados inicialmente no 2° parágrafo, não são da empresa Ceitec. Eles são da instituição financeira investigada na Operação Macchiato, citada no 4° parágrafo.
Matéria atualizada às 16h06 para inclusão de nota da Ceitec
Fonte: Agência Brasil