O presidente da República, Jair Bolsonaro, participou nesta sexta-feira (11) do batismo e do lançamento ao mar do submarino Humaitá (S-41) e a união das seções do submarino Tonelerio (S-42), em cerimônia que marcou as comemorações do Dia do Marinheiro. “A reconhecida excelência do que aqui foi mostrado traz a convicção do êxito dessa empreitada e revela a capacidade do nosso país em projetar, construir e lançar submarinos de última geração, por meio de um programa abrangente e audacioso que gera milhares de empregos e enaltece nossa economia”, observou o presidente na solenidade, que ocorreu no complexo naval de Itaguaí (RJ).
O Humaitá é o segundo da classe, fruto da cooperação tecnológica com a França, que já lançou ao mar o submarino Riachuelo, que está em fase de testes finais, com previsão de ser entregue para operação à Marinha em 2021, quando estará armado e pronto para cumprir suas missões.
No total, estão planejados quatro submarinos do tipo convencional, movidos à bateria, recarregadas por motor a diesel. O Toneleiro, terceiro da série, tem previsão de lançamento em dezembro de 2021, seguido pelo último convencional, o Angostura, planejado para ser lançado em dezembro de 2022.
Investimento
O valor total estimado pela Marinha para os quatro submarinos convencionais é de 100 milhões de euros, o equivalente a cerca R$ 630 milhões, em câmbio atual. Os quatro somados equivalem ao mesmo valor orçado para o submarino movido por energia nuclear, também 100 milhões de euros.
Capacidade
Os submarinos convencionais têm uma capacidade operativa de até 80 dias no mar, podendo ficar submersos por até cinco dias, sem necessidade de vir à tona para influxo de ar aos motores a diesel, o que garante um grande raio de ação, podendo ir sem paradas, por exemplo, do Rio de Janeiro ao Rio Grande do Sul.
Propulsão nuclear
Futuramente, seguindo o planejamento atual, o Brasil contará com um submarino com propulsão nuclear, em 2033, batizado de Álvaro Alberto, em homenagem ao almirante que foi um dos grandes incentivadores do programa nuclear da Marinha. O início da construção do submarino nuclear está previsto para o segundo semestre de 2022. O submarino nuclear poderá ficar submerso por um tempo muito maior que os convencionais, pois não precisa vir à tona para alimentar seu sistema de propulsão, que não depende de ar.
O contra-almirante André Martins, gerente de Infraestrutura Industrial do Programa de Desenvolvimento de Submarinos (Prosub), destacou que é fundamental ao Brasil resguardar a faixa da Amazônia Azul, por onde passa a maior parte do comércio marítimo nacional e onde estão localizadas as principais jazidas de petróleo do país.
“O Prosub está alcançando a etapa de lançamento de seu segundo submarino ao mar. Com isso, nós estamos cumprindo marcos do Prosub, com intenção de chegarmos ao nosso submarino nuclear brasileiro. Permitirá a renovação dos nossos submarinos, de modos a termos navios modernos, projetados com a presença de brasileiros e já operando em nossas águas nacionais”, disse o contra-almirante.
Ainda segundo o militar, somente dez países em todo o mundo, incluindo o Brasil, fabricam submarinos convencionais. E apenas cinco países, atualmente, produzem submarinos nucleares, time ao qual o país irá se juntar dentro de mais alguns anos: “nossos submarinos contribuem com a defesa nacional, permitindo que o Brasil preserve suas riquezas e seu mar territorial”.