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Mutação pode explicar por que algumas pessoas não conseguem dormir cedo

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Pesquisadores da Universidade da Califórnia (UC) em Santa Cruz, nos Estados Unidos, mostraram como uma mutação genética pode alterar nosso relógio biológico, causando um distúrbio comum chamado Síndrome do Atraso das Fases do Sono. O estudo foi publicado na última segunda-feira (26) na revista Proceedings of the National Academy of Sciences.

Pessoas com essa condição não conseguem dormir cedo e têm dificuldade para se levantar cedo. Em 2017, os cientistas descobriram uma mutação que causa esse distúrbio, alterando um componente-chave do relógio biológico que mantém os ritmos diários do corpo. Agora, os pesquisadores desvendaram os mecanismos moleculares envolvidos e apontam o caminho para possíveis tratamentos.

Nossos ciclos diários em praticamente todos os aspectos da fisiologia são impulsionados por interações cíclicas de proteínas das células. Variações genéticas que mudam as proteínas do relógio podem alterar esse ritmo e causar distúrbios de sono.

Um ciclo mais curto faz com que as pessoas durmam e acordem mais cedo do que o normal, fenômeno chamado de “cotovia matinal”; enquanto um ciclo mais longo faz com que o indivíduo fique acordado até tarde (em geral até as 2h, no mínimo) e tenha dificuldade de levandar cedo, são os chamados “corujas”.

egundo Carrie Partch, autora do estudo e professora de química e bioquímica na UC Santa Cruz, as mutações conhecidas por alterar o relógio corporal servem de pistas para a compreensão dos mecanismos por trás do nosso ciclo circadiano. Embora sejam raras, a variante genética identificada no estudo de 2017 foi encontrada em cerca de uma a cada 75 pessoas de ascendência europeia.

A mutação afeta as proteínas criptocromo. Duas das quatro proteínas do relógio biológico formam um complexo que ativa os genes das outras duas, que se combinam para reprimir a atividade do primeiro grupo, desligando-se e reiniciando o ciclo. Tudo isso acontece em uma estrutura que se assemelha a um bolso.

Só que a mutação faz com que um pequeno segmento na “cauda” da proteína criptocromo seja deixado de fora e, segundo os estudos no laboratório de Partch, isso muda a forma como o criptocromo se liga ao complexo de proteínas.

Segundo a pesquisadora, está aí uma oportunidade de pesquisar um possível tratamento para quem tem dificuldade de descansar durante a noite. “Isso nos diz que devemos procurar medicamentos que se liguem a esse bolso e possam servir ao mesmo propósito que a cauda do criptocromo”, comenta Patch, em comunicado.

Fonte: Galileu

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