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Covid-19: atitude de conhecidos influencia comportamento na pandemia

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Uma nova pesquisa mostrou que as pessoas estão mais propensas a seguir as restrições da Covid-19 com base no que seus amigos e familiares estão fazendo durante a pandemia — e não baseadas em seus próprios princípios. O estudo foi liderado pela Universidade de Nottingham, no Reino Unido, e postado na quarta-feria (20) no British Journal of Psychology.

“Quando o novo coronavírus atingiu o Reino Unido pela primeira vez em março, fiquei surpresa com a forma como os líderes da Europa e da Ásia estavam respondendo à pandemia de maneiras diferentes”, afirmou Bahar Tunçgenç, líder do estudo, em comunicado. “Enquanto o Ocidente enfatizou que ‘cada pessoa [deveria] fazer a coisa certa’, as estratégias de pandemia em países como Cingapura, China e Coreia do Sul se concentraram em mover o coletivo como uma unidade.”

Pensando nisso, Tunçgenç se uniu a outros pesquisadores para analisar qual a forma mais eficaz de discurso para convencer a população a seguir as restrições impostas pelo Sars-CoV-2. Para a investigação, os cientistas perguntaram a pessoas de mais de 100 países o quanto elas, e seu círculo social próximo, aprovavam e seguiam as regras impostas em sua área por conta do novo coronvírus.

Os especialistas descobriram que, independente das próprias crenças acerca das restrições, os voluntários ​​cujos amigos e familiares seguiam as regras tinham maior propabilidade de obedecê-las também. De acordo com os cientistas, esse fenômeno se aplicou a todas as faixas etárias, gêneros e países — independente da gravidade da pandemia em sua região e da força das restrições impostas na área.

Além disso, o estudo revelou que as pessoas particularmente mais ligadas ao seu país eram mais propensas a seguir as regras de bloqueio. Nesse caso, explicam os estudiosos, a própria nação era como uma “família”, algo por quem estavam dispostos a fazer sacrifícios.

Por isso, Tunçgenç acredita que pesquisas sobre o comportamento humano tem muito a oferecer para a implementação de medidas restritivas que de fato funcionem contra a Covid-19. “Usar as redes sociais para demonstrar aos seus amigos que você está seguindo as regras, em vez de para expressar indignação com as pessoas que não as seguem, pode ser uma abordagem mais impactante”, exemplificou a especialista.

Os achados também sugerem que, mos níveis nacional e local, as mensagens públicas de pessoas de confiança podem enfatizar valores coletivos, como trabalhar para o benefício da comunidade como um todo. “Nossa mensagem para os formuladores de políticas é que, mesmo quando o desafio é praticar o distanciamento social, a proximidade social é a solução”, disse Tunçgenç.

Fonte: Galileu

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