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Ressonância do cérebro mostra como psicopatas reagem às emoções dos outros

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Uma nova pesquisa da Universidade de Wisconsin-Madison, nos Estados Unidos, investigou como se dá a falta de empatia de pessoas psicopatas – e levou à descoberta de que esses indivíduos apresentam reduções na atividade cerebral quando tentam se colocar no lugar de alguém que está sentindo medo. Os achados foram compartilhados no NeuroImage.

Segundo os pesquisadores, a psicopatia é um distúrbio de personalidade caracterizado pela falta de empatia, pela grandiosidade – um senso irrealista de superioridade –, pelo estilo de vida impulsivo e irresponsável e pelo comportamento antissocial. É estimado que cerca de um quarto dos adultos em prisões dos Estados Unidos apresente o distúrbio.

Na pesquisa, 94 detentos passaram por uma avaliação de psicopatia e fizeram um teste de inteligência. Então, eles participaram de uma verificação na qual tinham de se colocar no lugar de outras pessoas; e, ao mesmo tempo, cientistas monitoraram a atividade cerebral deles com imagens de ressonância magnética.

Nesta verificação, os detentos precisavam analisar fotos que mostravam duas pessoas interagindo – porém, o rosto de uma delas era escondido. Às vezes, os participantes do estudo viam duas opções de formas e tinham que dizer qual delas se encaixava melhor na imagem; em outros casos, eram apresentadas duas expressões faciais possíveis e eles deveriam selecionar qual era mais adequada para a situação. Os cenários eram variados: uma das fotos da avaliação mostrava uma pessoa levando uma bronca, enquanto outra imagem trazia um indivíduo consolando um amigo, por exemplo.

Os pesquisadores perceberam que os detentos que haviam apresentado níveis mais altos de psicopatia tendiam a ter piores resultados na avaliação com as imagens, o que aponta para a dificuldade que esses indivíduos têm de se colocar no lugar de outras pessoas e identificar emoções como a felicidade, a tristeza e o medo.

No entanto, as imagens de ressonância magnética desses participantes do estudo tiveram um resultado particularmente surpreendente: havia déficits de atividade cerebral especificamente relacionados ao medo. As regiões do cérebro que estão ligadas à empatia e à emoção tinham menor atividade quando os detentos precisavam tomar a perspectiva de alguém que estivesse amedrontado.

Embora os indivíduos com níveis mais altos de psicopatia também tivessem dificuldade para identificar a tristeza e a felicidade, eles não apresentavam essa mesma redução da atividade cerebral em comparação aos outros participantes quando precisaram avaliar situações que envolviam esses dois sentimentos.

Os cientistas ainda não sabem o motivo desses resultados divergentes da ressonância magnética.

“Como as pessoas com altos níveis de psicopatia tinham dificuldade quanto a identificar o medo, a felicidade e a tristeza, é surpreendente que a redução da atividade cerebral estivesse especificamente relacionada ao medo”, disse Philip Deming, autor do estudo, ao PsyPost. “Será interessante para estudos futuros testar se certos aspectos do medo, como a incerteza ou a presença de ameaça, ajudam a explicar o déficit cerebral específico do medo que encontramos.”

Fonte: Galileu

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