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Via Láctea pode ter muitos planetas com oceanos e continentes como a Terra

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Não foi depois de ser atingida por asteroides ricos em gelo que a Terra passou a ter água, como defendem muitas das teorias sobre a origem do composto no planeta: moléculas de H2O teriam existido desde a sua formação. É o que propõe um novo estudo do Instituto GLOBE da Universidade de Copenhagen, na Dinamarca, segundo o qual a substância essencial para a vida também pode ter marcado presença nos primórdios da Via Láctea, o que significa que a nossa galáxia pode estar cheia de planeta com oceanos e continentes como os da Terra.

A pesquisa, publicada na revista Science Advances em 17 de fevereiro, usou um modelo de computador para calcular a rapidez e os blocos de construção com os quais os planetas são formados. Há 4,5 bilhões de anos, indica a pesquisa, partículas milimétricas de poeira, gelo e carbono se acumularam na formação de um corpo celeste que, mais tarde, daria origem à Terra. A teoria, batizada de “acréscimo de seixos”, defende que os planetas são resultado de uma aglomeração progressiva de seixos – pequenos fragmentos de mineral ou rocha.

“A partir daí, a Terra cresceu cada vez mais rapidamente até que, após 5 milhões de anos, tornou-se tão grande quanto a conhecemos hoje”, diz Anders Johansen, professor do Centro de Formação de Estrelas e Planetas do Instituto Globe, em nota. “Ao longo do caminho, a temperatura na superfície subiu drasticamente, fazendo com que o gelo nos seixos evaporasse no caminho para a superfície, de modo que, hoje, apenas 0,1% do planeta é composto de água, embora 70% da superfície da Terra seja coberta pelo elemento”, explica.

Uma vez que essas partículas orbitam ao redor de todas as estrelas jovens da Via Láctea e moléculas de H2O podem ser facilmente encontradas na região, o estudo defende que os planetas de nossa galáxia também podem ter sido formados pelo mesmo processo. A hipótese leva à uma segunda: a de que o local pode abrigar não só a mesma quantidade de oceanos que a do nosso planeta, mas um número semelhante de continentes.

E, ainda, à uma terceira: a de que o cenário poderia oferecer boas condições para o surgimento de vida na galáxia. Com uma condição, no entanto: temperatura adequada. “O ponto decisivo para saber se a água líquida está presente é a distância do planeta em relação a sua estrela”, diz o líder do estudo.

Expectativas

O grupo de pesquisadores espera conseguir explorar essas possibilidades com maior precisão a partir da próxima geração de telescópios espaciais, que prometem usar técnicas mais avançadas de espectroscopia. “[Isso] Significa que, ao observar que tipo de luz está sendo bloqueada na órbita dos planetas ao redor de sua estrela, você pode ver quanto vapor d’água existe, o que pode nos dizer algo sobre o número de oceanos naquele planeta”, diz Johansen.

Fonte: Galileu

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