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Cientistas indicam qual foi a melhor época e local para viver na Via Láctea

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Se você está lendo isso, é prova de que está vivo neste exato momento. Mas uma contradição que irá te fazer questionar a sua própria existência é que a melhor época e lugar para o surgimento de vida na Via Láctea não é aqui, ou agora. Foi há mais de 6 bilhões de anos, lá na periferia da nossa galáxia, de acordo com estudo publicado por pesquisadores italianos na edição de março do Astronomy & Astrophysics.

Os cientistas acreditam que nesse período e local específico da Via Láctea havia condições mais favoráveis para a vida, pois houve menor possibilidade de ocorrência de rajadas de raios gama (GRBs) e supernovas, que são os dois tipos de explosão mais violentos do Universo.

Acontece que na periferia da Via Láctea havia relativamente poucos planetas, em comparação com as demais regiões. Nas outras áreas, os planetas estavam mais vulneráveis aos dois eventos explosivos, que são capazes de desencadear extinções em massa para seres vivos.

Tais perigos eram bem maiores nessas regiões por dois motivos: o primeiro deles é que nessas localidades as estrelas se formavam com mais frequência, o que gerava mais explosões. “As supernovas são mais frequentes em regiões de formação de estrelas, onde estrelas massivas são formadas”, explica em comunicado Giancarlo Ghirlanda, coautor e pesquisador do Observatório Astronômico de Brera, na Itália.

O outro motivo que ameaçava a Via Láctea não-periférica era que lá havia estrelas com gás pobre em metais pesados, o que é um requisito para os GRBs. “Essas estrelas são capazes de se manter em rotação rápida, condição necessária para poder lançar, uma vez formado um buraco negro, um jato poderoso”, conta Ghirlanda.

Para chegarem à conclusão de que a periferia da Via Láctea era favorável a novas formas de vida há 6 bilhões de anos, os pesquisadores estudaram toda a evolução da nossa galáxia. Viram curiosamente que há 4 bilhões de anos as regiões centrais eram até que “locais mais seguros” do que a periferia.

Porém, o centro da galáxia foi ficando “mais perigoso” conforme o tempo foi passando. A formação de estrelas e a metalidade aumentou por lá e diminuiu na margem da galáxia. E assim uma explosão de raios gama causou a primeira das cinco grandes extinções em massa na Terra, há 445 milhões de anos, no Ordoviciano Tardio.

Vários estudos estimam que a radiação gama liberada por um GRB a 3,3 mil anos-luz de distância de nós seria capaz de destruir a camada de ozônio na atmosfera, expondo o nosso planeta à radiação e matando todos os seres vivos.

“Como efeito secundário, a destruição da camada de ozônio produziria compostos de nitrogênio. Isso reduziria a luz solar visível, causando resfriamento global”, explica o líder do estudo, Riccardo Spinelli, estudante PhD na Universidade de Insubria, em Varese, na Itália.

Essa possibilide de aniquilação soa assustadora. Mas, embora não vivamos atualmente no “melhor período para o surgimento de vida”, o estudo indica que não devemos nos preocupar: nos últimos 500 milhões de anos, a Via Láctea tornou-se segura, em comparação ao período da grande primeira extinção. Hoje, o pior já passou.

Fonte: Galileu

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