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Meteorito mais antigo que a Terra seria de planeta que “não vingou”

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Para os pesquisadores, o meteorito provavelmente pertencia à crosta de um protoplaneta, isto é, um planeta em seus estágios iniciais de formação (Foto: Maine Mineral and Gem Museum/Darryl Pitt)

Em meio às dunas do Erg Chech, região inóspita do Deserto do Saara, cientistas encontraram em 2020 um meteorito mais antigo do que a própria Terra. Com cerca de 4,6 bilhões de anos, a rocha vulcânica também é a mais velha já registrada até hoje.

Não bastassem os dois títulos, um estudo que será publicado no próximo dia 16 de março na revista científica PNAS apresenta, ainda, um terceiro: o meteorito pode ser o vestígio raro de um planeta que, apesar de ter alcançado os primeiros estágios de formação, “não vingou”.

Batizada de EC 002, a rocha vulcânica de apenas 32 quilogramas foi identificada em maio de 2020 na Argélia. O material foi classificado como um acondrito, isto é, um tipo de meteorito que veio das profundezas de um corpo rochoso com crosta e núcleo distintos.

Não demorou para que os pesquisadores o rotulassem como incomum: ao contrário da maioria das rochas ígneas, o EC 002 é formado por um material rochoso magmático típico das montanhas andinas, o andesito. “Nenhum objeto com características espectrais semelhantes ao EC 002 foi identificado até o momento”, diz o estudo.

Segundo a análise química dos átomos de magnésio e alumínio presentes no pequeno meteorito, o reservatório de magma que levou a sua formação se solidificou há 4,565 bilhões de anos. O “corpo-mãe” que lhe deu origem, por sua vez, teria se formado há 4,56 bilhões de anos – a Terra, por exemplo, tem 4,54 bilhões de anos.

Para os pesquisadores, o EC 002 provavelmente pertencia à crosta de um protoplaneta, um planeta em seus estágios iniciais de formação. Duas hipóteses são apresentadas para o que teria acontecido com o “planeta-bebê”: seus pedaços se desintegraram ao longo da história ou se juntaram com corpos rochosos maiores para formar planetas e astros do Sistema Solar, como a própria Terra. Ou, ainda, uma combinação de ambos.

Liderados por uma equipe da Universidade da Bretanha Ocidental, na França, os autores do estudo afirmam, ainda, que protoplanetas formados por crostas de andesito não eram incomuns no início do Sistema Solar. No entanto, enquanto a maioria desses corpos foi destruída e absorvida por outros corpos ao longo do tempo, o ECC 002 pode ser considerado um dos poucos que sobreviveram à história.

O pequeno meteorito pode trazer pistas sobre como foram os primeiros estágios de formação do Sistema Solar, quando a maioria dos planetas que conhecemos hoje ainda eram minúsculos aglomerados de poeira e rochas.

Fonte: Galileu

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