Contrariando as diretrizes globais de saúde pública, indivíduos que se encontram na fase inicial dos sintomas da Covid-19 podem não estar aderindo imediatamente à quarentena. Foi o que um estudo publicado recentemente no periódico científico Journal of Healthcare Informatics Research concluiu ao monitorar estudantes da Universidade de George Mason, nos Estados Unidos, entre maio e setembro de 2020.
Conduzida pela Faculdade de Saúde e Serviços Humanos da Universidade de George Mason, a pesquisa rastreou sintomas e deslocamentos de 175 voluntários da instituição norte-americana. Ao longo de seis meses, os participantes tiveram de registrar suspeitas de infecção pelo novo coronavírus – de dor de cabeça à perda de olfato e paladar, por exemplo –, em uma ferramenta online de triagem desenvolvida pelos pesquisadores.
O outro lado – e as limitações da pesquisa
A baixa quilometragem média registrada por semana (cerca de 224 quilômetros) entre o grupo sugere, no entanto, que as restrições sociais impostas pelo governo da Virgínia reduziram – ao menos em parte – o deslocamento dos voluntários. “Os padrões de movimento dos indivíduos são muito diversos, mas claramente relacionados às restrições sociais impostas. Alguns ficam em casa e saem apenas quando precisam, enquanto outros tendem a se mover livremente sem quaisquer limitações”, explicam os autores da pesquisa.
Uma vez que, apesar dos sintomas, nenhum dos participantes do estudo testou positivo para a Covid-19 durante o período – e a taxa de infecção da doença entre o corpo de estudantes da Universidade George Mason é considerada baixa –, o estudo não foi capaz de traçar relações entre a movimentação do grupo e a disseminação da doença.
Segundo os autores da pesquisa, uma análise futura com dados subsequentes – até a primavera de 2021 – poderá fornecer mais informações sobre o panorama. Além disso, entrevistas com o grupo de estudantes estão sendo realizadas para entender os motivos por trás da adesão e falta de adesão às medidas de distanciamento social durante o período. “Esses dados permitirão uma análise detalhada em nível individual, em contraste com grande número de estudos agregados publicados recentemente”, conclui o estudo.
Fonte: Galileu