Demorou mais de duas décadas, mas o game clássico do Nintendo 64 de 1999 finalmente ganha sua primeira continuação em “New Pokémon Snap”.
O novo jogo, que coloca o público para tirar fotos das criaturas de uma das séries mais famosas dos games, vai ser lançado para o Switch nesta sexta-feira (30).
A sequência captura bem a essência do original, e provoca uma boa sensação de nostalgia para fãs do original, ao mesmo tempo em que deve atrair um público mais jovem.
Infelizmente, com um medo de inovar além das já esperadas melhorias gráficas, decepciona um pouco com uma mecânica repetitiva e de certa forma ultrapassada.
É como se, ao homenagear o primeiro jogo, “New Pokémon Snap” reproduzisse também suas limitações.
Imagem e ação
No novo “Pokémon Snap”, o jogador assume o comando de um fotógrafo enviado a Lental, uma nova região na série.
A partir de um ponto de vista em primeira pessoa, a ideia é ajudar a pesquisar um fenômeno particular das ilhas da área ao registrar as criaturas em seus diferentes ambientes.
Assim como no original, o protagonista tira suas fotos dentro de um veículo que segue caminhos pré-estabelecidos, e tem algumas ferramentas para interagir de forma um pouco mais aproximada com os pokémons.
Ao jogar frutas parecidas com maçãs, por exemplo, é possível atrair ou atordoar por alguns momentos as criaturas. Elas também respondem de maneiras diferentes a uma melodia ou a um radar disponíveis para o jogador.
Uma das grandes novidades é o fenômeno illumina, esferas coloridas que fazem os monstros brilharem e até provoca reações animadas.
Mas a maior mesmo, a que mais influencia na experiência geral, é a expansão gigantesca da lista de pokémons, que passou dos 151 originais presentes em 1999 para os quase 900 atuais.
Isso gera uma expectativa maior para o que pode ser encontrado nas diferentes visitas e com certeza ajuda o público que ainda acompanha a franquia.
Por outro lado, aliena um pouco público fã do original, frustrado por não conhecer grande parte dos alvos de suas fotos.
Fotografe todos
Depois de retornar das visitas, as imagens são avaliadas por critérios como o tamanho do retratado em relação ao quadro, raridade das poses, posicionamento e a presença de outros pokémons.
As pontuações se acumulam para evoluir os níveis do jogador em cada local, o que por sua vez altera as criaturas encontradas e seu comportamento.
Também é possível ir a alguns deles em diferentes horários, o que também afeta monstros presentes e até um pouco os caminhos.
Tudo isso ajuda a tornar o jogo familiar e variado a princípio, com uma boa nostalgia gerada pela simples modernização gráfica do original.
Infelizmente, conforme “Snap” obriga o jogador a retornar às mesmas rotas para avançar sua jornada, a aventura se torna um tanto maçante.
Difícil não se sentir no processo conhecido como grinding, com tarefas repetidas para conseguir um pouco mais de ponto e, quem sabe, atingir o próximo nível.
As ferramentas obtidas em etapas ajudam a impedir um pouco o processo, mas ainda forçam o retorno às mesmas áreas, com os pokémons agindo invariavelmente de forma parecida.
“New Pokémon Snap” apresenta um clássico das antigas para uma nova geração, e tem tudo para agradar novos fãs e antigos – mas faltou aos desenvolvedores a ousadia para levar a série de fotografia a novos patamares.
O primeiro game inovou por apresentar as criaturas da Nintendo pela primeira livres por um mundo que parecia real, em três dimensões, sem as limitações dos games principais da franquia.
Desde então, a série evoluiu muito com a tecnologia. O público já pode conviver quase de forma integrada com Pikachu e sua turma nas telas dos celulares em suas próprias casa, como no sucesso de “Pokémon Go”.
Com tão pouca evolução, o novo “Snap” soa mais como uma viagem ao passado. Agradável, mas um pouco ultrapassado.
Fonte: G1