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43% dos jovens brasileiros consideraram parar de estudar na pandemia

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43% dos jovens brasileiros pensaram em parar de estudar na pandemia (Foto: unsplash)

segunda edição da pesquisa Juventudes e a Pandemia do Coronavírus (Covid-19) trouxe dados atualizados sobre a situação de jovens após um ano do início da pandemia. Dos mais de 68 mil participantes, 43% disseram já ter pensado em parar de estudar e, dos 6% que de fato interromperam os estudos, a situação financeira e o ensino remoto foram apontados como principais motivos para a evasão.

Publicado na última sexta-feira (11), o relatório traz diversos indicadores relacionados tanto à educação como também a trabalho e renda, saúde e vida pública. Os números podem ser comparados com a primeira pesquisa, realizada em maio de 2020. Na época, por exemplo, a porcentagem de jovens que haviam considerado parar os estudos era bem menor, 28%. “Uma série de direitos têm sido violados ou negligenciados e, para o enfrentamento da complexidade desses desafios, será fundamental a construção de soluções que sejam baseadas em evidências”, afirma em comunicado Marcus Barão, presidente do Conselho Nacional da Juventude (Conjuve), organização responsável pela pesquisa

Realizado entre 22 de março e 16 de abril de 2021, o estudo foi feito em parceria com as instituições Mapa Educação, Em Movimento, Fundação Roberto Marinho, Porvir, Rede Conhecimento Social, Unesco e Visão Mundial. Participaram da pesquisa brasileiros com idades entre 15 e 29 anos. Para definir o perfil dos participantes, questões como ocupaçãoconfiguração domiciliar e acesso a equipamentos e à internet foram apresentadas.

Essencial para a educação a distância, a posse de ao menos um computador ou notebook em casa foi apontada por 72% dos que responderam ao questionário. Dentre os jovens que não estão estudando, 21% atribuíram a busca por renda como justificativa e 14% relataram ter dificuldades com o ensino remoto.

“A evasão escolar gera consequências severas para jovens, que vivem menos, com menos saúde, com menos renda ao longo da vida. Essa violação do direito à educação gera uma perda de R$ 220 bilhões por ano, 3,3% do PIB”, ressalta Rosalina Soares, gerente de Pesquisa e Avaliação da Fundação Roberto Marinho. Para que eles voltassem a estudar, seriam necessárias ações como garantir a vacinação da população e uma renda básica ou emergencial, criar políticas de bolsas de estudos e oferecer apoio psicológico aos estudantes.

Com o fim do auxílio emergencial em dezembro de 2020, a necessidade de complementar renda cresceu de 23% para 38% entre as duas edições da pesquisa Juventudes e a Pandemia do Coronavírus (Covid-19). O relatório destaca que entre jovens pretos o índice é de 47%.

Já do ponto de vista da saúde emocional, a atenção se volta para a taxa de jovens que relataram sofrer ansiedade ou ter feito uso exagerado das redes sociais durante a pandemia: seis em cada 10. O número daqueles que tiveram pensamentos suicidas ou de automutilação preocupa: no total, foram 9%, com maior frequência em adolescentes de 15 a 17 anos. Diante desse cenário, grande parte dos jovens defende que a saúde pública deve oferecer atendimento psicológico e 37% acham que esse atendimento poderia acontecer nas escolas.

Em relação à pandemia especificamente, 92% dos participantes veem a vacinação como uma maneira de trazer otimismo para a juventude, mas o número daqueles que pretendem se imunizar é um pouco menor, 82%. O planejamento contra futuras crises sanitárias também é apontado como um dos meios de manter boas perspectivas no radar, acompanhado de políticas públicas que fiquem de olho nas possíveis sobrecargas no sistema de saúde.

Fonte: Revista Galileu | Globo

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