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Microchip alado é o menor objeto voador já desenvolvido por humanos

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Inspirados na dispersão de sementes, pesquisadores projetaram o menor objeto voador já criado por humanos: um microchip de cerca de 1 milímetro. A  tecnologia contém asas que permitem um movimento de rotação similar ao de grãos na natureza.

O invento é resultado de um trabalho de pesquisa de especialistas da Universidade Northwestern, nos Estados Unidos, publicado em 22 de setembro na revista Nature. O voo do microchip é baseado na dispersão de plantas do gênero Tristellateia, cujas flores e sementes têm forma de estrela.

Estrutura de asas que acompanha o microchip  (Foto:  Northwestern University.)
Estrutura de asas que acompanha o microchip (Foto: Northwestern University.)

Antes de chegarem ao formato das sementes de Tristellateia, os pesquisadores  testaram várias versões do microchip, utilizando inclusive uma modelagem computacional para ver como o ar fluía durante a rotação do aparelho. Assim, eles criaram um dispositivo que interage com o vento até cair no solo, pois não tem motor, então funciona justamente como uma semente na natureza.

Porém, em contato com o ar, as asas do microchip proporcionam uma aerodinâmica ainda melhor do que a observada no reino vegetal. “Achamos que vencemos a natureza. Pelo menos no sentido restrito de termos sido capazes de construir estruturas que caem com trajetórias mais estáveis ​​e em velocidades terminais mais lentas do que as sementes que você veria em plantas ou árvores”, conta John A. Rogers, líder do estudo, em comunicado.

Pesquisadores projetaram microchip de cerca de 1 milímetro e estrutura de asas  (Foto:  Northwestern University)

Pesquisadores projetaram microchip de cerca de 1 milímetro e estrutura de asas (Foto: Northwestern University)

Além de ser baseada na natureza, a criação do microchip também foi inspirada em livros infantis pop-up  aqueles que fazem ilustrações “saltarem” da página. “Esta estratégia de construir estruturas 3D a partir de precursores 2D é poderosa porque todos os dispositivos semicondutores existentes são construídos em layouts planos”, observa Rogers.

Asas desenvolvidas em 3D pelos cientistas para o microchip  (Foto: Northwestern University)
Asas desenvolvidas em 3D pelos cientistas para o microchip (Foto: Northwestern University)

Os cientistas acreditam que conseguiram um microchip capaz de uma dispersão por uma área ampla, o que o torna ideal para monitorar dados revelantes, como de poluição atmosférica e doenças transmissíveis pelo ar. Por isso, para realizar esse monitoramento, os especialistas pretendem que seja adicionados sistemas eletrônicos de pequena escala à tecnologia.

Em testes em laboratório, os experts equiparam o dispositivo para que ele detectasse partículas no ar. Além disso, eles ambém conseguiram incorporar ao microchip sensores de pH para verificar a qualidade da água e fotodetectores para medir a exposição à luz do Sol.

Microchip acoplado nas asas em perspectiva com joaninha  (Foto: Northwestern University)
Microchip acoplado nas asas em perspectiva com joaninha (Foto: Northwestern University)

A novidade não só vai ao encontro da tendência de miniaturização na indústria de eletrônicos, observada em sensores, rádios e baterias, como também é uma alternativa que pode ser adaptada à sustentabilidade, já que os cientistas fabricam os microchips alados para que se degradem naturalmente com o tempo.

“Nós fabricamos esses sistemas eletrônicos fisicamente transitórios usando polímeros degradáveis, condutores compostáveis ​​e chips de circuito solúveis que desaparecem naturalmente em produtos finais benignos ao ambiente quando expostos à água”, explica Roger.

Fonte: Revista Galileu

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