Apesar de estarem em várias receitas caseiras para clareamento dental, a cúrcuma, a casca de banana e o carvão ativado não são eficazes para deixar os dentes mais brancos, segundo um estudo realizado por pesquisadores da Faculdade de Odontologia de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (USP).
Pelo contrário, os ingredientes podem até mesmo trazer sérios prejuízos, segundo a pesquisa. A cúrcuma e a casca da banana geram certo amarelamento nos dentes, sobretudo após maior tempo de utilização, “devido à própria composição desses materiais”, segundo conta Fernanda de Carvalho Panzeri Pires de Souza, orientadora do estudo, ao Jornal da USP.
Já a escovação com carvão ativado pode aumentar a rugosidade dos dentes, enfraquecendo-o e até gerando um desgaste no esmalte. Souza cita que o produto pode ainda levar a uma maior retenção de resíduos de alimentos, causando manchas.
Com a intenção de investigar os impactos dos ingredientes caseiros nos dentes, os pesquisadores realizaram simulações de escovação dentária no Laboratório de Pesquisa Prof. Dr. Heitor Panzeri, entre 2020 e 2021. Eles consideraram três fatores: o esmalte dentário, a cor, o brilho e a rugosidade dos dentes.
Os cientistas simularam, por exemplo, a escovação com o carvão ativado durante 14 dias, já que esse é o período indicado na internet. Depois, eles realizaram a mesma simulação por 30 dias. Houve um notável desgaste dos dentes após o o período mais longo.
A equipe fez escovações com a cúrcuma e casca de banana, variando também a duração. E ainda comparou todos os produtos com um clareador odontológico, prescrito somente por cirurgião-dentista, para ser usado em casa. Nenhum dos itens sem prescrição se mostrou eficaz para clarear os dentes.
Carla Roberta Oliveira Maciel, aluna do Programa de Pós-Graduação em Reabilitação Oral da Forp, afirma ser possível que a cúrcuma, a casca de banana e o carvão ativado possam causar uma hipersensibilidade nos dentes, aumentando até mesmo o risco de cárie.
O estudo sobre os ingredientes faz parte do mestrado de Maciel, que salienta a importância de consultar profissionais habilitados antes de aderir a esses métodos. Ela acredita que a importâcia da pesquisa está justamente em orientar a população com relação a esses produtos disseminados nas redes, que “muitas vezes, não passam por testes laboratoriais e clínicos que possam garantir a eficácia e segurança de uso”.
Fonte: Galileu
