Depois de elencar as melhores séries e filmes do ano, chegou o dia de finalmente revisitar os lançamentos musicais de 2021. Marcado pela explosão de Olivia Rodrigo, relançamentos da Taylor Swift e um k-pop que não para de crescer, a música foi um porto seguro para muitos esse ano, e hoje a equipe do Omelete escolheu os álbuns que mais marcaram 2021. Confira abaixo:
BAD LOVE – KEY
Na melhor tradição de ABBA, Robyn e Tears for Fears, o Bad Love de Key é um disco capaz de destruir a pista de dança… e o seu coração. Elaborado com sintetizadores retrô e linhas de baixo audaciosas, que lembram as bandas pop climáticas dos anos 1980 (além do Fears, as referências óbvias são Duran Duran, Eurythmics, INXS), o álbum fala com eloquência sobre um relacionamento abusivo e a forma como o narrador se libertou dele. Key é brilhante em como passa as sensações de cada faixa, recorrendo a todas as suas armas melódicas (o pós-refrão arfante de “Helium”), visuais (a coreografia teatral de “Bad Love”) e vocais (o tom falsamente casual de “Saturday Night”, o grave íntimo de “Eighteen”) para fazer com genialidade o que todo álbum musical deveria fazer: nos contar uma boa história – por Caio Coletti
DADDY’S HOME – ST VINCENT
Voltar-se para a década de 1970 tem sido uma tendência nos últimos anos, mas poucos artistas se apropriaram desse som como St. Vincent no seu mais recente álbum. Mais do que apelar a um saudosismo, Daddy’s Home representa o olhar pessoal, ácido e sagaz da compositora para esse estilo — e para sua própria vida. Por isso, ainda que tenha sido lançado no primeiro semestre, este foi o álbum que não saiu do repeat por aqui – por Mariana Canhisares
BLUE WEEKEND – WOLF ALICE
Se você ainda não conhece Wolf Alice, faça esse favor a si mesmo e procure pela discografia da banda inglesa nas plataformas de streaming de música. Blue Weekend, lançamento mais recente do grupo, tem uma sonoridade madura e divertida ao mesmo tempo, alternando composições melódicas com trilhas dignas de um belo bate-cabeça. Destaque para “The Last Man on the Earth”, single que destaca o alcance vocal impressionante de Ellie Rowsell – por Nico Garófalo.
SOUR – OLIVIA RODRIGO
Que atire a primeira pedra quem não ficou com alguma música de Olivia Rodrigo na cabeça em 2021! Com seu primeiro álbum de estúdio, intitulado SOUR, a cantora conquistou seu espaço na música mundial e ainda garantiu várias indicações ao GRAMMY com um álbum que fala sobre desilusões, inseguranças e que fazem com que jovens (e até quem não é mais adolescente) se identifique com suas letras tristes e até mesmo bem ácidas. E se você não sabe por qual música começar, ouça “happier” – ou até mesmo a mais conhecida “deja vu”– que eu garanto que você não irá se arrepender! – por Juliana Melguiso
FOO FIGHTERS – MEDICINE AT MIDNIGHT
Em tempos em que está cada vez mais difícil enquadrar um álbum, ou uma banda, como Rock (mas rock mesmo, sem nenhum adjetivo junto), Medice at Midnight é um verdadeiro remédio para os fãs do estilo — com o perdão do trocadilho. Claro que Dave Grohl não abandonou completamente as experimentações e os flertes com o pop/eletrônico que ele tinha começado no álbum anterior do Foo Fighters (Concrete and Gold, de 2017), mas dessa vez eles jogaram no fácil, se aproximando mais das origens da banda com um álbum curto e direto, com várias faixas bônus que foram sendo lançadas no decorrer do ano, deixando Medicine at Midnight fresco ao longo de 2021. Ah, vale citar que eles ainda aproveitaram para lançar um álbum de coveres do Bee Gees, o divertidíssimo Hail Satin – por Jorge Corrêa
RED (TAYLOR’S VERSION) – TAYLOR SWIFT
Ouvir Red em 2012 foi especial, mas ouvir Red (Taylor’s Version) em 2021 tem um gosto indescritível. Além do fato da cantora e compositora agora ser a dona do seu próprio trabalho, é notável a evolução de Swift nas novas versões das músicas que marcaram uma geração. A maturidade na voz e as sutis mudanças nas canções, aliadas a conservação da essência das músicas, é um deleite para os fãs da cantora. Porém, o grande destaque do álbum fica com elas: as músicas From The Vault. Escritas no período de criação do disco, há quase uma década, as canções finalmente ganharam versões oficiais na voz da artista, e são nada menos que maravilhosas. E não podemos falar desse álbum sem evocar sua grande estrela — “All Too Well (10 Minutes Version)(Taylor’s Version)(From The Vault)”. A espera pela versão estendida da música mais icônica de sua discografia era grande, e Taylor conseguiu superar todas as expectativas. De novo – por Letícia Cangane
CHEMTRAILS OVER THE COUNTRY CLUB – LANA DEL REY
Todo ano que passa os álbuns que Lana Del Rey acabam transmitindo a mesma sensação, de uma cantora que ama se superar, e se tornar cada vez mais Lana Del Rey. Este ano a escolha ficou um pouco mais difícil, porque a americana nos presenteou com dois ótimos álbuns, mas talvez o mais coeso deles seja o maravilhosamente intitulado Chemtrails Over the Country Club. Em 2021, a teimosia da Lana se traduziu em rebeldia esclarecida, e sua evolução – principalmente em escrita – é um deleite de testemunhar. Chemtrails Over the Country Club tem gosto de apocalipse, daqueles que é bonito de ver – por Ju Sabbaga
BATIDÃO TROPICAL – PABLLO VITTAR
Desde que estourou com “K.O.”, a carreira de Pabllo Vittar se tornou uma sequência de hits. A drag queen maranhense não tem medo de se reinventar e investir em diferentes ritmos em suas canções. Com o álbum Batidão Tropical, Pabllo faz uma homenagem aos ritmos de sua infância e bandas consagradas como Companhia do Calypso e Ravelly. Composto praticamente por hits, Batidão Tropical foi um dos lançamentos mais importantes da música brasileira em 2021, e merece lugar de destaque na playlist de quem aprecia boa música nacional – por Pedro Henrique Ribeiro
Fonte: Omelete