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Cientistas descobrem como espécie de verme desenvolve dentes de cobre

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IZ.071023: Glycera dibranchiata

Pela primeira vez, uma equipe de pesquisadores observou o processo químico que leva à formação de presas metálicas na “Glycera dibranchiata”

Como os vermes só formam suas presas uma vez, eles precisam ser fortes e resistentes o suficiente para durar a totalidade dos cinco anos de vida do animal (Foto: Divulgação/ Matter)

Os vermes da espécie Glycera dibranchiata, mais conhecidos por seu nome em inglês, bloodworms, têm como uma das características mais populares suas presas, que são feitas de proteína, melanina e cobre — uma composição bastante incomum no reino animal. Uma equipe de pesquisadores observou como esses vermes usam cobre colhido de sedimentos marinhos para formar esses dentes em um processo extremamente inusitado.

A pesquisa, publicada na revista Matter em 25 de abril, foi feita pelo laboratório de Herbert Waite, bioquímico da Universidade da Califórnia em Santa Bárbara, nos Estados Unidos. O cientista estuda vermes há 20 anos, mas só recentemente conseguiu observar do início ao fim o processo químico que forma o material semelhante a uma presa.

Como os vermes só formam suas presas uma vez, elas precisam ser fortes e resistentes o suficiente para durar por todos os cinco anos de vida do animal. Essas larvas as usam para morder bichos que lhe servirão de alimento, às vezes perfurando diretamente o exoesqueleto das vítimas e injetando veneno para paralisá-las.

“Estes são vermes muito desagradáveis, pois são mal-humorados e facilmente provocados”, afirma Waite, em comunicado. “Quando encontram outro verme, geralmente lutam usando suas presas de cobre como armas.”

O processo de formação dos dentes do verme começa com um precursor de proteína que recruta cobre e se transforma em um líquido viscoso, diferente da água. A proteína, então, usa o cobre para gerar melanina, um polímero que, combinado com a proteína, confere à presa propriedades mecânicas que lembram metais.

A equipe de pesquisa espera que uma melhor compreensão de como a bloodworm conduz esse processo possa ajudar a otimizar formas de produção que beneficiariam a indústria. “Esses materiais podem ajudar a guiar como fazer e projetar melhores materiais de consumo”, completa Waite.

Fonte: Revista Galileu

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