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Práticas artísticas atuam na diminuição de comportamentos antissociais e violentos

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No Brasil, a prática artística não só é renegada como também é desvalorizada – Fotos: Pixabay, Wikimedia Commons e São Paulo Companhia de Dança.

Para Sérgio Kodato, arte e cultura são fundamentais no desenvolvimento pessoal, social e profissional de adolescentes

Estudo com 25 mil estudantes, realizado pelas Universidades de Londres (Reino Unido) e da Flórida (EUA), mostra que a prática de atividades artísticas afasta adolescentes de comportamentos antissociais e crimes. Segundo o psicólogo social Sérgio Kodato, professor da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto (FFCLRP) da USP, agressividade e violência são condições inerentes à interação humana e devem ser canalizadas, principalmente através da arte.

“As práticas artísticas são fundamentais, principalmente para quem tem comportamentos antissociais e criminalizados, por causa do conceito de sublimação”, diz o professor, adiantando que esse conceito explica a transformação de impulsos psicológicos em atividades e tarefas. Além desse benefício, Kodato cita os efeitos terapêuticos da prática artística, “atuando na diminuição da ansiedade, do estresse e no desenvolvimento da criatividade”, e a classifica como fundamental para o sucesso intelectual e pessoal dos jovens.

Contudo, Kodato diz que, no Brasil, a prática artística não só é renegada como também é desvalorizada. “No cenário brasileiro, a prática artística é substituída por um comportamento deseducativo, violento, competitivo e agressivo”, salienta.

Arte deve ser estimulada desde o berçário

Avalia o professor Kodato que a falta de incentivo à arte, como acontece no Brasil, é refletida no crescimento profissional dos adolescentes. “Um jovem educado com arte tem muito mais condições de ter sucesso na vida”, argumenta, evocando os benefícios sociais e psicológicos desenvolvidos pela prática. E a criatividade construída com a arte é classificada por Kodato como arma na criação de novas soluções para problemas antigos.

Entre as razões para a falta de incentivo à arte, Kodato destaca a carência de hábitos culturais das famílias e escolas, instituições em que as atividades artísticas deveriam ser “revestidas com caráter de importância e sagrado, estimulando os jovens”. O professor insiste em que a adoção de atividades artísticas desde o berçário, com educação musical e artes em geral, contribui para dar sentido à existência, diminuindo a violência e aumentando o conhecimento do próprio potencial dos jovens.

Fonte: Jornal.usp.br

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