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Crianças com vocabulário vasto se saem melhor na sala de aula

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A amplitude do vocabulário das crianças em idade pré-escolar pode afetar o desempenho delas nas aulas – não só durante a alfabetização, mas nos anos posteriores também. É o que indica um estudo publicado na revista científica Early Education and Development.

A descoberta toma como base a análise de 895 crianças de quatro anos, que vivem em oito estados diferentes dos Estados Unidos e foram acompanhadas durante um ano. A amostra sugere que a capacidade que uma criança tem de se envolver com professores e colegas é afetada pela variedade de palavras que ela conhece.

Também aparece como ponto chave o controle inibitório, que é a capacidade de substituir a resposta humana natural a distrações ou estímulos e se concentrar em alcançar objetivos ou tarefas.

Para medir essa capacidade de foco entre as crianças, os pesquisadores aplicaram diferentes critérios, incluindo um teste no qual a criança é instruída a bater uma vez com o lápis na mesa sempre que o avaliador bater duas vezes – e vice-versa.

Já para medir a amplitude do vocabulário, os pesquisadores pediram para as crianças nomearem objetos e figuras. Em seguida, o comportamento de cada uma delas em relação aos professores e colegas foi analisado individualmente.

Foi entendido como um envolvimento positivo em sala de aula demonstrações de sociabilidade, comunicação e autoconfiança com as tarefas. Os envolvimentos negativos, por sua vez, incluíram conflitos com professores e colegas e comportamentos fora da tarefa.

Os resultados mostraram que as crianças com habilidades de vocabulário mais fortes no início do ano pré-escolar apresentaram um envolvimento mais positivo com seus professores e colegas. Além disso, aqueles com melhor controle inibitório tiveram mais engajamento positivo com as tarefas e menos interação negativa em sala de aula.

Por outro lado, o estudo sugere que o envolvimento negativo na sala de aula molda o aprendizado de vocabulário, identificando uma ligação entre as crianças que apresentaram um fraco controle inibitório no início do estudo e as poucas habilidades de vocabulário desenvolvidas no final do período de pesquisa.

Para os pesquisadores tais descobertas podem ajudar professores e gestores públicos a melhorarem a qualidade do ensino, uma vez que “uma pequena mudança nas habilidades e experiências das crianças” no início dos seus estudos pode “melhorar ou prejudicar” suas chances de sucesso acadêmico a longo prazo.

“Isso sugere que os professores precisam ser capazes de reconhecer quem pode ser suscetível a um engajamento mais negativo. Eles também precisam facilitar o envolvimento em sala de aula para todas as crianças.”, colocam os pesquisadores. “Dada a grande quantidade de tempo que as crianças passam na sala de aula, essas descobertas têm implicações para otimizar o vocabulário das crianças e o desenvolvimento do controle inibitório”, completam lembrando que esses dois campos de aprendizagem, se bem desenvolvidos, podem ajudar as crianças que têm dificuldades com foco e comunicação a prosperar melhor quando entrarem na educação formal.

Fonte: Galileu

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