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Cientistas criam embrião sintético com cérebro e coração pulsante; entenda

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Até pouco tempo era impossível pensar em um embrião que não dependesse de óvulos ou espermatozoides para ser formado, mas a ciência está chegando cada vez mais perto de conseguir esse feito. Uma nova pesquisa da Universidade de Cambridge, na Inglaterra, criou embriões-modelo de camundongos a partir de células-tronco e eles formaram cérebro e coração pulsante.

Publicado nesta quinta-feira (25) na revista Nature, o artigo descreve que, para conquistar essa façanha, os pesquisadores imitaram os processos naturais da formação de um embrião em laboratório, guiando três tipos de células-tronco encontradas no desenvolvimento inicial dos mamíferos até o ponto em que começam a interagir.

As células-tronco começaram a se auto-organizar em estruturas que progrediram até terem corações pulsantes e as bases do cérebro, bem como saco vitelino, onde o embrião se desenvolve e obtém nutrientes em suas primeiras semanas. Já existem outros modelos de embriões sintéticos, mas essa é a primeira vez que o cérebro, incluindo a porção anterior, começou a se desenvolver em um deles.

A pesquisa é também uma tentativa de entender por que alguns embriões falham enquanto outros se desenvolvem em uma gravidez saudável. “Muitas gestações falham nessa época, antes que a maioria das mulheres perceba que está grávida”, diz Magdalena Zernicka-Goetz, professora da Universidade de Cambridge, em comunicado. “Esse período é a base para tudo o que se segue na gravidez. Se der errado, a gravidez falhará.”

Na primeira semana após a fertilização, três tipos de células-tronco se desenvolvem: uma se tornará os tecidos do corpo e as outras duas apoiarão o desenvolvimento do embrião. Um desses tipos de células extra embrionárias se tornará a placenta, que conecta o feto à mãe e fornece oxigênio e nutrientes; e o segundo é o saco vitelino.

Para que o embrião se desenvolva corretamente, esses três tipos de células-tronco precisam enviar sinais mecânicos e químicos entre si, e mesmo uma pequena falha nessa comunicação pode fazer com que uma gestação seja interrompida.

Agora, os pesquisadores estão desenvolvendo modelos humanos semelhantes, não só para o estudo da formação dos embriões, mas também para gerar tipos específicos de órgãos sintéticos destinados a pacientes que aguardam transplantes. “O que torna nosso trabalho tão empolgante é que o conhecimento que sai dele pode ser usado para cultivar órgãos humanos sintéticos corretos para salvar vidas que estão atualmente perdidas”, afirma Zernicka-Goetz.

Fonte: Galileu

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