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Pessoas não familiares que se parecem podem ter DNAs similares, diz estudo

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Quando encontramos duas pessoas que são extremamente parecidas, o primeiro questionamento que vem à cabeça é se elas são, de alguma maneira, relacionadas. E muitas vezes a resposta é não. Entretanto, um novo estudo revela que mesmo aquelas que não têm nenhuma relação de parentesco entre si podem compartilhar as mesmas variantes genéticas.

Publicado na revista Cell Reports nesta terça-feira (23), o estudo liderado por equipe da Universidade de Barcelona, na Espanha, observou que essas pessoas, popularmente referidas como sósias, podem ter semelhanças não apenas em sua aparência facial, altura ou peso, mas também em alguns aspectos de seu comportamento.

“Durante décadas, a existência de indivíduos que se assemelham sem ter qualquer vínculo familiar foi descrita como um fato comprovado, mas apenas em termos anedóticos e sem qualquer justificativa científica”, diz Manel Esteller, líder da investigação, em comunicado. “O uso da internet e redes sociais para compartilhamento de imagens significa que agora somos capazes de identificar e estudar essas pessoas”.

Para isso, os pesquisadores recrutaram 32 casais de sósias que foram fotografados como parte de uma série do artista canadense François Brunelle, que vem sendo construída desde 1999. Todos os participantes preencheram um questionário abrangente de estilo de vida e biométrico em seus idiomas nativos.

Três programas diferentes de reconhecimento facial foram usados ​​para determinar o grau de “semelhança” em cada casal. Os três programas consideraram que 16 dos 32 pares seriam relacionados. Depois, foram feitas análises de todo o genoma para variações genéticas comuns desses 16 pares, além de traçar seus perfis epigenéticos (mecanismos externos de regulação do genoma).

A análise revelou que nove dos 16 pares tinham o mesmo tipo de variação genética. Entre os casais sósias, muitos tinham pesos e traços comportamentais como tabagismo e escolaridade semelhantes. Isso sugeriu aos pesquisadores que a variação genética compartilhada se relaciona não apenas à aparência física, mas também pode influenciar hábitos e comportamentos comuns.

Os autores afirmam que embora o estudo seja pequeno, ele tem o poder estatístico correto, e não esperam que suas descobertas mudem em um grupo maior. “Como a população humana é agora de 7,9 bilhões [de pessoas], essas repetições semelhantes são cada vez mais prováveis ​​de ocorrer. A análise de uma coorte maior fornecerá mais variantes genéticas compartilhadas por esses pares individuais especiais e também poderá ser útil para elucidar a contribuição de outras camadas de dados biológicos na determinação de nossos rostos”, conclui Esteller.

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