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Ruptura, The Boys e mais: As melhores séries de 2022

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2022 foi, sem dúvidas, um ano cheio de séries para todos os gostos. Da comédia dramática de O Urso à sátira de The White Lotus, da inovadora Ruptura aos fenômenos de fantasia A Casa do Dragão e Os Anéis de Poder, não faltaram opções para maratonar — e ótimas opções, ainda por cima!

A seguir, a redação do Omelete escolheu as melhores séries do ano. Confira:

THE WHITE LOTUS

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Com a mesma perspicácia e sarcasmo com que analisou as relações de poder e o privilégio branco da elite americana na primeira temporada, o diretor e roteirista Mike White se propôs a estudar como um novo grupo de hóspedes do White Lotus se comporta quando o assunto é desejo e sexo. Entre casais em crise, gerações da mesma família com visões aparentemente opostas sobre relacionamentos e almas solitárias e perdidas, a tensão foi elevada de tal maneira que o assassinato da vez pareceu uma vírgula na novela que se desenrolou ao longo destes sete episódios. Mas, quando chegou a hora de se despedir, White fez o que parecia improvável: não só repetiu o êxito da estreia da série, como deixou o público sedento por mais vislumbres do que há de mais vergonhoso nas nossas relações humanas. A segunda temporada, como a anterior, está disponível na HBO Max. – Por Mariana Canhisares

ANDOR

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Se alguém dissesse no início de 2022 que Andor seria a série mais empolgante de Star Wars — inclusive superior a The Mandalorian — provavelmente arrancaria risadas até dos fãs mais aficionados pelo universo de George Lucas. A criação de Tony Gilroy é, afinal de contas, um derivado de um derivado e, na onda enfadonha de reciclagens de obras do passado, ela se anunciava mais como um sinal da exaustão da franquia do que propriamente um respiro. Ah, mas como é delicioso se enganar! Sem demonstrar muita reverência à Saga Skywalker, Gilroy trouxe uma visão particular para Star Wars, mais pé no chão, que brilhantemente ilustrou como o heroísmo em um contexto autoritário por vezes vem acompanhado de sacrifícios morais. Andor ainda teve o mérito de fazê-lo sem abrir mão da fantasia. A expansão do universo está posta e de modo cativante com a apresentação de novos cenários e rebeldes. É, portanto, uma grata surpresa do Disney+. – Por Mariana Canhisares

A CASA DO DRAGÃO

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Em termos de audiência e repercussão nas redes sociais, não teve para ninguém em 2022: A Casa do Dragão, a nova série do universo Game of Thrones na HBO Max, monopolizou conversas e conseguiu tirar o gosto amargo deixado pelo final da série original, lá em 2019. A primeira temporada da nova empreitada de George R. R. Martin não foi perfeita, mas seduziu com grandes atuações – Paddy Considine, o rei Viserys, que o diga! – e sua trama novelesca que tem um pezinho no Casos de Família. – Por Beatriz Amendola

RUPTURA

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Imagine poder separar completamente sua vida pessoal da profissional, a ponto de não se recordar de nada do trabalho quando você está em casa – e vice-versa. A premissa de Ruptura (ou Severance, no original em inglês), que acompanha um grupo de personagens que trabalham numa empresa em que isso é realidade, levou a uma das viagens mais interessantes da TV em 2022. Para além da extrapolação sobre o tão falado equilíbrio entre trabalho e vida pessoal, a trama criada por Dan Erickson e dirigida por Ben Stiller trouxe indagações existenciais e (muitos) mistérios intrigantes. Está no Apple TV+ e já foi renovada para a segunda temporada. – Por Beatriz Amendola

HACKS

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Hacks fez seu nome em 2021 ao mostrar a relação divergente e cativante entre a veterana da comédia Deborah Vance (Jean Smart) e sua escritora novata Ava Daniels (Hannah Einbinder). Para o novo ano, de que forma a série entregaria ou manteria a qualidade? Simples: colocando-as em uma road trip pelo país para a turnê de stand-up de Debra, onde elas são expostas em novas presepadas com o desencontro do passado da humorista. Novamente, Hacks soube trabalhar com sua dinâmica, trazendo o amadurecimento desenvolvido no primeiro ano, e interações com os personagens secundários em episódios inesquecíveis – como o do cruzeiro de lésbicas. Com uma terceira temporada confirmada e o segundo ano em clima de despedida, o próximo ano da comédia dramática traz uma expectativa empolgante sobre como serão os novos capítulos das protagonistas. – Por Giovanna Breve

EU NUNCA…

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O terceiro ano de Eu Nunca… soube dosar bem os momentos de comédia com os dramas ao nos apresentar os novos romances e inseguranças de Devi (Maitreyi Ramakrishnan). Além da protagonista, quase todos os personagens tiveram seu momento de brilhar, deixando de lado os estereótipos que marcaram o começo da série, como as melhores amigas Eleanor (Ramona Young) e Fabiola (Lee Rodriguez). Até o parceiro Paxton (Darren Barnet) deixou de ser apenas o garoto mais bonito da escola para um aluno esforçado. Muito além de garotos e ficadas, Eu Nunca… trouxe também outros assuntos do universo juvenil e feminino que são necessários estar em pauta (além de claro ressaltar a importância de se falar sobre sexualidade sem tabu para os que estão começando essa jornada). Com uma quarta e última temporada engatilhada, o seriado provoca os rumos que Devi e suas amigas irão tomar agora que elas estão no último ano do high school. A comédia teen acerta em cheio o tom da narrativa e prova que é audaciosa ao falar sobre assuntos discutíveis e quebrar os clichês de séries de adolescente sem hesitação.  – Por Giovanna Breve

HARLEY QUINN

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Desde sua primeira temporada, Harley Quinn é violenta, ácida, debochada e caótica. Essas características chegaram ao seu auge no terceiro ano da animação da HBO Max, que usou personagens famosos, infames e desconhecidos da DC para contar uma história empolgante de redenção e amor, do tipo que nos faz pensar se não seria melhor se todas as adaptações de gibi de herói não seriam melhores e fossem animadas. Renovada, a série tem tudo para ficar na história como uma das melhores coisas que a editora já produziu fora das páginas. – Por Nico Garófalo

GASLIT

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Oi, você tem um minuto para ouvir a palavra de Gaslit? Vamos lá: nessa série disponível no Lionsgate+, Julia Roberts e Sean Penn interpretam o casal Martha e John N. Mitchell, peças centrais do escândalo de Watergate. A história aqui foca no papel da esposa do procurador-geral dos EUA para a derrocada do presidente Richard Nixon, contando um caso que muito pouca gente sabe de um jeito único, principalmente para uma produção americana. Na série criada por Robbie Pickering, existe pouco respeito pelas instituições de governo estadunidenses, e Gaslit toma toda liberdade do mundo para retratar figuras americanas com um humor peculiar. Com performances sensacionais – principalmente de Shea Whigham, fazendo um advogado paranoico e absolutamente absurdo – Gaslit entrega um thriller político muito bem contado e super bem produzido. – Por Julia Sabbaga

THE BOYS

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The Boys sempre mandou muito bem em construir críticas ao mundo em que vivemos, mas a produção do Prime Video parece ter atingido o seu ápice em sua terceira temporada. Desde a problemática de cada um dos nossos protagonistas heróis, até a retomada do passado de nossos vilões e apresentação de novos personagens, o criador Eric Kripke conseguiu construir uma tese de masculinidade tóxica que veio para dar um tapinha na cara de muitos – principalmente dos fãs que até hoje não entenderam qual é a de The Boys. Elevado por performances brilhantes – lideradas pela de Antony Starr – o novo ano de The Boys foi tão bom que dificultou o futuro da série. É impossível ficar melhor que isso… Não é? – Por Julia Sabbaga

MY BRILLIANT FRIEND

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Ano vai, ano vem, e My Brilliant Friend, adaptação da quadrilogia literária de Elena Ferrante, segue sendo a melhor série de TV da sua era. Se a troca de diretores da 2ª para a 3ª temporada assustou um pouco, tendo em vista o papel fundamental que Saverio Costanzo desempenhou nos episódios iniciais da série, pode ficar tranquilo: o substituto escolhido, Daniele Luchetti, chegou para criar uma My Brilliant Friend mais urgente, mais sanguínea, pulsando com a eletricidade dos temas sociopolíticos que a história abraça quando Lenù e Lila se tornam adultas e se veem às voltas com desigualdade econômica, direitos trabalhistas, adoecimento psíquico, a opressão sutil – mas esmagadora – da condição feminina média. A saga de crescimento de Ferrante, traduzida na abordagem corajosamente complexa da série (e das brilhantes Margherita Mazzucco e Gaia Girace, que farão falta nos capítulos finais), nunca foi tão à flor da pele, tão pouco onírica, tão espinhosamente real. – Por Caio Coletti

INVENTANDO ANNA

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Quem diria que a história de uma mentirosa poderia revelar tantas verdades sobre o tempo em que vivemos? Inventando Anna, a versão de Shonda Rhimes e da Netflix para a história (real) da falsa herdeira Anna Delvey, não é um produto da prestige TV – a linguagem dinâmica e comercial da direção de David Frankel tem muito mais a ver com as outras produções de Rhimes para a TV aberta americana do que com os hits cabeçudos da HBO -, mas segue sendo a narrativa mais fascinante e reveladora de 2022. Interrogando a fantasia inerente dos nossos conceitos de privilégio e riqueza, expondo a fragilidade de um sistema de classes regido pelas aparências sem nunca deixar de considerar a humanidade de seus personagens, e de quebra entregando a performance mais espetacularmente divertida de se assistir do ano (da genial Julia Garner), esta série faz tudo o que eu quero que o meu entretenimento faça. Não houve nada melhor em 2022. – Por Caio Coletti

O SENHOR DOS ANÉIS: OS ANÉIS DE PODER

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O ápice da fantasia na TV foi, sem dúvidas, a temporada de estreia de O Senhor dos Anéis: Os Anéis de Poder. Não apenas a série foi capaz de deixar para trás a sombra do trabalho — impecável, que não fique dúvidas — de Peter Jackson com a trilogia original, como de fato se provou independente e particular ao apresentar um olhar cheio de áreas cinzentas para a Terra Média. Como é tradição no gênero, a singularidade das criaturas de alguma forma também tornou ainda mais palpável os ecos com a vida real. Em outras palavras, no escapismo vimos nossos dilemas representados, e nem a conclusão pessimista da temporada é capaz de anular o valor disso. A série está disponível no Prime Video. – Por Mariana Canhisares

THE AFTERPARTY

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Entre as clássicas séries policiais, o boom dos true crimes e a retomada dos whodunits (o bom e velho “quem matou?”), uma série do Apple TV+ tomou a dianteira no quesito mistério: The Afterparty. Criada por Chris Miller, metade do duo por trás de títulos irreverentes como Anjos da Lei, a produção deu uma nova perspectiva — cômica, é claro — para a ideia de que coexistem muitas versões do mesmo fato, ilustrando o relato de cada um dos suspeitos como um gênero cinematográfico distinto. Indo do clichê da ação canastrona ao musical e ao noir, The Afterparty cativou não apenas com o talento do seu elenco espetacular, que tornou delicioso acompanhar até os personagens mais coadjuvantes, mas também com um desvendar de crime realmente estimulante. – Por Mariana Canhisares

OUR FLAG MEANS DEATH

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A pirataria é, por natureza, questionar o status quo. No entanto, a maneira como Our Flag Means Death levou isso para a TV foi um mérito à parte. Disfarçada de sitcom de local de trabalho, a série do HBO Max se valeu de anacronismos bem-humorados para não só para fazer humor, como para frisar alguns dos valores destes viajantes, como o acolhimento dos excluídos, o companheirismo e a constante descoberta de si e dos outros. A piada do esquema de pirâmide ainda é uma das minhas favoritas, mas fato é que nada supera a fofura do desenrolar do romance entre o aparentemente pouco destemido Stede, o Pirata Cavalheiro, e o “nada sensível” Barba Negra. – Por Mariana Canhisares

A VIDA SEXUAL DAS UNIVERSITÁRIAS

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Possivelmente a melhor comédia jovem no ar atualmente, A Vida Sexual das Universitárias é uma verdadeira aula de como abordar sexualidade, amizade e romance durante o conturbado período em que já não somos adolescentes, mas ainda não nos encontramos direito na vida adulta. A série da HBO Max ignora tabus antiquados para construir alguns dos personagens mais incríveis de 2022 e, mesmo que seu ritmo frenético apresse algumas tramas, suas histórias são cheias de ganchos e reviravoltas poderosos que prendem o espectador e garantem que eles voltarão semanalmente para descobrir acompanhar as peripécias de Whitney (Alyah Chanelle Scott), Kimberly (Pauline Chalamet), Leighton (Reneé Rapp) e Bella (Amrit Kaur). – Por Nico Garófalo

O URSO

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O Urso chegou tímido no Star+, mas em seus oito episódios de trinta minutos se mostrou uma grande panela de pressão: caótica, barulhenta, dinâmica e volátil. A rotina do tumultuado restaurante nos apresentou funcionários disfuncionais, mas com uma excelente química e humanidade que nos despertou tanto raiva quanto afeto. De quebra, nos entregou dois episódios que são um deleite para quem assiste, com destaque ao sétimo episódio que é quase um plano-sequência de deixar com o coração na boca. E Anote: o ator Jeremy Allen White, que faz o protagonista Carmen Berzatto, será destaque nas premiações em 2023 com seu monólogo de quase sete minutos no último episódio. The Bear encerrou com gosto de quero mais, o que é bom, pois uma segunda temporada foi confirmada e os espectadores estarão com fome para o que vem no próximo ano. – Por Giovanna Breve

CYBERPUNK: MERCENÁRIOS

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O anime da Netflix furou a bolha dos fãs de anime e do jogo Cyberpunk 2077 por sua qualidade indiscutível e cativou os mais diversos públicos. Com uma história muito bem escrita e uma animação muito acima da média, os 10 episódios contaram a história de David e a sua relação com um grupo de mercenários de Night City. Na trama, o jovem perde a mãe e precisa se envolver com os criminosos após se apaixonar pela trilha-rede Lucy e instalar um equipamento que não deveria. Todos acabam criando uma forte relação e se unindo contra os poderosos da Torre Arasaka. Por Pedro Henrique Ribeiro.

Fonte: Omelete

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