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Almôndega de mamute: entenda como alimento foi produzido a partir de DNA

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Apesar disso, a empresa defende que a exibição do exemplar já demonstra o potencial da carne cultivada de revolucionar a indústria da alimentação. “Essa tecnologia nos permite ultrapassar os limites da inovação culinária e criar experiências gastronômicas totalmente novas. Em vez de simplesmente replicar produtos, podem criar algo verdadeiramente único e melhor”, explica James Ryall, diretor científico da Vow, em comunicado à imprensa.

Criação em laboratório

 

As carnes cultivadas são um tipo de produto alimentício genuíno, cujo setor tem crescido nos últimos anos. Essas peças são cultivadas em laboratório a partir de células — em vez dos próprios animais — usando tecnologia molecular inovadora, capaz de projetar nelas características como sabor e valor nutricional.

No desenvolvimento da carne cultivada de mamute, os cientistas da Vow utilizaram, além do DNA do mamífero extinto, fragmentos do DNA de elefantes africanos (Loxodonta africana). Esses parentes modernos da espécie serviram para completar as lacunas genéticas necessárias para a manipulação da mioglobina, a proteína-chave que dá sabor à carne.

Para a apresentação no NEMO, a carne foi cozinhada. No evento, Ryall contou que os cientistas realizaram o procedimento em um forno e douraram o exterior com um maçarico. “Cheirava um pouco como carne de crocodilo”, descreveu

Carne do futuro

 

Fóssil de mamute lanoso (Mammuthus primigenius) — Foto: Divulgação/Wunderman Thompson

Tim Noakesmith, co-fundador da Vow, disse durante o lançamento que a carne de mamute lanoso foi escolhida por ser um “símbolo de perda pelas mudanças climáticas”. “A comida como a conhecemos não precisa chegar da forma que estamos acostumados”, defende. “Estamos em uma missão para quebrar o status quo da comida usando sabores inesperados e experiências inesquecíveis”.

A demonstração é uma resposta à crescente necessidade de sustentabilidade e diminuição dos impactos da pecuária tradicional. “A almôndega de mamute mostra ao mundo que a tecnologia quando encontra a criatividade pode mudar o futuro. Nosso objetivo é iniciar uma conversa sobre como comemos e qual pode ser a aparência e o sabor das alternativas futuras”, conclui Bas Korsten, um dos promotores do projeto.

Fonte: Revista Galileu

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