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Poliamor pode trazer tantos benefícios quanto monogamia, diz filósofo

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Apesar do estigma sofrido por casais não monogâmicos, o modelo promove vantagens emocionais e físicas, segundo mostra pesquisador dos EUA em novo livro.

A monogamia é um tipo de relacionamento fechado, em que o casal opta por se envolver amorosa e sexualmente apenas entre si. O poliamor, por sua vez, é uma relação que aceita a possibilidade de se estabelecerem simultaneamente múltiplos afetos de cunho sexual e, em alguns casos, amoroso, de forma consensual.

Dessa forma, Clardy, que é professor na Universidade de Santa Clara, nos EUA, desconstrói preconceitos e defende que as relações abertas podem ser tão benéficas para os envolvidos quanto as fechadas. “Os relacionamentos poliamorosos são mais duráveis, porque sua flexibilidade permite que atendam às necessidades de mudança ao longo do tempo de uma forma que os monogâmicos não fazem”, defende, em nota de anúncio do livro.

Desafios vividos por não monogâmicos

 

Via de regra, a monogamia é tida como o padrão cultural e legal no Ocidente. Esse modelo de relacionamento é, muitas vezes, retratado como a forma ideal de amor romântico e reforçado por filmes, livros, novelas e outras produções.

Apesar disso, nos últimos anos, tem crescido o número de adeptos a relações não convencionais. Essas pessoas, porém, ainda enfrentam desafios para viverem livremente, seja por discriminações sofridas, seja por empecilhos legais, por exemplo.

Um dos argumentos mais comuns contra o poliamor é que ele incitaria sentimentos dolorosos de ciúme. Mas Clardy aponta que monogâmicos experimentam essa emoção junto com um senso de possessão. “Guiados por consentimento e compreensão mútuos, os relacionamentos poliamorosos permitem que as pessoas compartilhem mais plenamente a felicidade dos outros, suavizando a propensão ao ciúme”.

“Pode não ser preciso uma aldeia inteira para se educar uma criança, mas ter mais de um ‘pai’ ou ‘mãe’ como cuidador pode ser ainda mais propício para atender às necessidades das crianças. A existência de mais de dois responsáveis pode ser até um arranjo parental superior”, destaca o filósofo.

Sem o reconhecimento legal de seus relacionamentos, indivíduos poliamorosos correm o risco de ser demitidos, ter moradia ou cidadania negada e seus filhos retirados deles. A mesma situação ocorre com outras configurações familiares fora do padrão, como entre casais homoafetivos.

“Relacionamentos poliamorosos precisam de apoio e proteção que os governos são os únicos capazes de fornecer e estão em melhor posição para realizar. Só porque uma forma de relacionamento pode desviar de normas sociais estabelecidas, como a monogamia, isso não significa que elas não tenham um valor considerável – moral, social ou politicamente”, conclui Clardy.

Fonte: Revista Galileu

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