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Amor e Morte começa sustentada pelo carisma de Elizabeth Olsen

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Não é exagero dizer que os três episódios iniciais de Amor e Morte, que chegaram à HBO Max na última quinta-feira (27), são um triunfo do talento de sua protagonista, Elizabeth Olsen. É o carisma da atriz que sustenta a estreia da minissérie de David E. Kelley, que reconta a tenebrosa história real de Candy Montgomery, dona de casa que matou sua amiga a machadadas, depois de viver um caso com o marido dela.

A Candy a que somos apresentados é uma mãe e esposa exemplar, que cuida da casa e da família e é presente no dia a dia da igreja local. Por trás, no entanto, ela esconde uma inquietação, que toma forma no interesse repentino por Allan Gore (Jesse Plemons), membro da mesma igreja e casado com Betty (Lily Rabe). De forma direta e até um pouco desajeitada, ela propõe a ele um affair – e embora demore um pouco, sua proposta é aceita.

Olsen confere uma determinação pragmática à personagem e a enche de camadas, fazendo com que sua presença seja magnética quando aparece em cena. Isso serve bem especialmente a este começo da minissérie, que por vezes parece esquecer que é uma história de assassinato e dá voltas no caso de Candy e Allan. Para quem chega desavisado, há uma sugestão do assassinato logo no começo, mas não mais do que isso, já que a história se mantém linear, se aproximando mais de um drama do que de uma série true crime.

É algo que se conecta aos outros trabalhos de Kelley – notadamente, Big Little Lies, que parte de um assassinato para esmiuçar a comunidade californiana por ele afetada. Em Amor e Morte, o caminho é inverso: Kelley quer construir as relações antes, para lidar com o crime depois, o que é válido. O problema é que, nisto, ele se esquece de uma parte essencial da história: Betty.

Diferentemente de Candy, Betty não é aprofundada pelo roteiro da minissérie nesta reta inicial; ela está lá para ser uma inconveniência, uma mulher cuja depressão e cujas inseguranças de certa forma justificam – na trama – o afastamento e a traição do marido. Considerando que a história é justamente sobre como ela foi morta a machadadas pela protagonista, Amor e Morte muito se beneficiaria de dar mais espaço a Betty, especialmente pela disposição de Rabe, que faz um esforço notável para preencher as lacunas deixadas pelo roteiro.

Apesar dos defeitos, o início de Amor e Morte não deixa de ser promissor. A direção elegante de Lesli Linka Glatter cria um contraste interessante entre a perfeita comunidade texana e o suspense que paira sobre ela, e o show de Olsen torna bem mais palatável um início que poderia tranquilamente ter um capítulo a menos. E é ela – e a expectativa de ver a tragédia se concretizar e se desdobrar – que instigam a permanecer por, pelo menos, mais uma semana.

Os novos episódios de Amor e Morte são disponibilizados às quarta-feiras, na HBO Max.

Fonte: Omelete

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