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Setembro Amarelo: Séries para falar de saúde mental

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Embora seja um dos temas mais universais em nossa sociedade, a saúde mental também é, lamentavelmente, um dos mais estigmatizados. Até por isso, muitas pessoas escondem de amigos, parceiros e colegas de trabalho o fato de buscarem ajuda de psicólogos ou psiquiatras. Mas de acordo com dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) de 2019, quase um bilhão de pessoas vivem com algum tipo de transtorno mental.

Felizmente, nos últimos anos, as discussões relacionadas à saúde mental têm se tornado menos cercadas de tabus – especialmente na cultura pop (“a arte imita a vida”). O debate ganhou mais espaço graças às séries de televisão, onde a narrativa serializada permite que essas questões não se resolvam de uma hora para outra (ou de um episódio para outro).

Certamente, a sociedade ainda tem um longo caminho a percorrer para que o tema deixe de ser um segredo guardado a sete chaves. No entanto, com a ajuda de personagens verdadeiramente complexos, e não apenas caricaturas de pessoas com problemas de saúde mental, o público encontrou menos dificuldade para se identificar – e buscar ajuda. No fim do setembro amarelo, o Omelete sugere séries que abordam de maneira genuína as questões de saúde mental. Confira:

GIRLS

HBO/Reprodução

Criada e protagonizada por Lena Dunham, a série da HBO, conhecida pelo amor ou ódio que provoca, coloca no centro da narrativa uma jovem de vinte e poucos anos tentando navegar pela vida em Nova York enquanto enfrenta todos os desafios típicos dessa idade: relacionamentos complicados, empregos ruins, falta de dinheiro e questões de saúde mental. Hannah, a personagem principal, vive com ansiedade generalizada e transtorno obsessivo-compulsivo (TOC), o que torna suas relações com os outros personagens e sua tentativa de se encaixar na sociedade ainda mais complexas. Sem dar muitos spoilers, o arco final da segunda temporada explica os desafios de viver com esses problemas em nossa sociedade.

As seis temporadas de Girls estão disponíveis no HBO Max.

TED LASSO

Apple/Reprodução

Certamente, Ted Lasso pode ser uma série encantadora que aquece o coração, mas isso não a impede de abordar discussões sérias sobre ansiedade – algo que afeta o próprio treinador do AFC Richmond, vivido por Jason Sudeikis. Na primeira temporada, o episódio “Make Rebecca Great Again” usa habilmente o roteiro e a edição para retratar como é estar no meio de um ataque de pânico. O resultado é uma cena que pode emocionar até mesmo os espectadores mais céticos.

Você pode assistir às três temporadas de Ted Lasso no Apple TV+.

CRAZY EX-GIRLFRIEND

CW/Reprodução

A comédia musical gira em torno de Rebecca (Rachel Bloom), uma advogada que toma uma decisão impulsiva ao mudar de Nova York para West Covina em busca de reconquistar sua paixonite adolescente. No entanto, a série logo deixa claro que essa decisão impulsiva, aliada ao seu hiperfoco e comportamento autodestrutivo, estão mais relacionados ao seu diagnóstico de transtorno de personalidade borderline. Através de humor e canções, a personagem enfatiza a mensagem de que “não há problema em tomar antidepressivos” e que a autodepreciação e a culpa nem sempre são a melhor maneira de lidar com os desafios do dia a dia.

A primeira temporada está disponível no Paramount+.

YOU’RE THE WORST

FX/Reprodução

O que começa como uma simples comédia romântica para millennials gradualmente se transforma em um poderoso retrato da depressão clínica, à medida que os problemas da protagonista Gretchen (Aya Cash) passam a ocupar o centro da narrativa a partir da segunda temporada. Suas sumidas, crises de choro e até flertes com o suicídio ganham destaque na série e não desaparecem com o tempo – afinal, a depressão clínica não é algo que se resolva com um simples passe de mágica.

As cinco temporadas da série estão disponíveis no Star+.

BOJACK HORSEMAN

Netflix/Reprodução

A animação para adultos gira em torno de um cavalo antropomórfico que foi uma estrela de televisão nos seus dias de glória, mas agora busca desesperadamente retornar aos holofotes. O que impede uma escala rápida de volta à indústria são seus traumas de infância, depressão, vícios e dificuldade de manter relacionamentos saudáveis.

As seis temporadas de Bojack Horseman estão disponíveis pela Netflix.

FLEABAG

Prime Video/Reprodução

Embora os problemas da personagem principal não sejam tão óbvios e não venham com um diagnóstico claro, a comédia de humor sombrio retrata uma mulher lidando com desafios como o suicídio de sua melhor amiga, o luto pela morte da mãe e a falta de atenção por parte de seu pai. Para enfrentar suas emoções e compreender a si mesma, ela recorre ao sexo, a uma relação tóxica com um padre e em uma série de outros comportamentos autodestrutivos.

As duas temporadas de Fleabag estão disponíveis pelo Prime Video.

ORANGE IS THE NEW BLACK

Netflix/Reprodução

Uma das críticas centrais apresentadas na dramédia da Netflix é a maneira como o sistema penitenciário frequentemente falha em fornecer atendimento psicológico adequado para aqueles que realmente precisam. Em Litchfield, é evidente que as detentas enfrentam desafios significativos para lidar umas com as outras e com o ambiente de isolamento, mas muitas vezes são ignoradas. Por isso, questões como suicídio, vício em drogas, paranoia e Transtorno de Estresse Pós-Traumático (TEPT) desempenham papéis tão importantes quanto o de Piper, Crazy Eyes, Alex e companhia.

As sete temporadas de Orange is the New Black estão disponíveis pela Netflix.

BUSQUE AJUDA

CW/Reprodução

Em busca de apoio? O Centro de Valorização da Vida (CVV) está disponível para atender voluntária e gratuitamente todas as pessoas que desejam e precisam conversar, garantindo total sigilo, 24 horas por dia, todos os dias da semana.

Você pode ligar para o CVV através do número 188 e as chamadas são gratuitas a partir de qualquer linha telefônica, seja fixa ou celular. Para mais informações, acesse o site www.cvv.org.br.

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