De acordo com um estudo publicado na revista científica Astrophysical Journal Letters, uma equipe de astrônomos descobriu um novo disco protoplanetário após analisar imagens coletadas pelo observatório Panoramic Survey Telescope and Rapid Response System (Pan-STARRS). Nomeado como Chivito do Drácula (Dracula’s Chivito), o objeto cósmico possui a maior quantidade de material para a formação de planetas já observada até o momento.
Apesar de ser apelidado como Chivito do Drácula, o objeto é oficialmente nomeado como IRAS 23077+6707, e está localizado a aproximadamente 800 anos-luz de distância da Terra. O artigo sobre a descoberta foi divulgado no servidor de pré-impressão arXiv no dia 1 de fevereiro, mas só foi oficialmente publicado na última segunda-feira (13).
Os pesquisadores descrevem que o Chivito do Drácula tem cerca de 3,3 mil unidades astronômicas (UA) de largura; uma UA representa a distância média entre a Terra e o Sol — não é à toa que ele é o maior já detectado pela ciência. O nome peculiar é uma homenagem ao popular sanduíche de chivito do Uruguai, pois o disco tem uma aparência significativamente semelhante.
“Relatamos a descoberta fortuita de um grande disco protoplanetário de borda associado à fonte infravermelha IRAS 23077+6707. O tamanho aparente do disco nas imagens Pan-STARRS (PS1) é de aproximadamente 11 polegadas, tornando este um dos maiores discos conhecidos no céu. É provavelmente um sistema jovem, ainda rodeado pelo envelope que é muito tênue, mas ainda visível nas imagens PS1 na parte norte (alternativamente esta estrutura pode ser filamentos do próprio disco)”, é descrito no estudo.
Chivito do Drácula, o disco protoplanetário
A posição da Terra em relação ao disco não é exatamente favorável, por isso, os cientistas demoraram para encontrá-lo — a partir da superfície terrestre, é possível observá-lo apenas ‘de lado’. Os dados da nova pesquisa sugerem que o Chivito do Drácula apresenta níveis elevados de poeira e gás; já a estrela no centro da região do disco possui entre três e cinco vezes a massa do Sol.
Como apresenta características dos blocos de construção dos planetas, os cientistas apontam que é possível que alguns planetas já possam ter se formado na região. Contudo, os instrumentos utilizados anão foram suficientes para detectar esses supostos corpos celestes. A equipe afirma que telescópios espaciais como o Hubble e o James Webb podem ajudar na busca por respostas.
“Os discos protoplanetários fornecem os recursos físicos e termoquímicos para a formação de planetas e são um subproduto natural e onipresente do processo de formação de estrelas. Neste artigo, apresentamos as primeiras observações resolvidas do IRAS 23077 + 6707 (denominado ‘Dracula’s Chivito’ ou ’DraChi’ por Berghea) com o Submillimeter Array (SMA) e o Panoramic Survey Telescope and Rapid Response System (Pan-STARRS)”, o artigo acrescenta.
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