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Cientistas do Reino Unido estudam médiuns que declaram ouvir vozes

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Um estudo realizado pela Universidade de Durham, no Reino Unido, afirma que médiuns espíritas são mais propensos a atividades mentais imersivas e experiências auditivas incomuns no início da vida.

Os resultados foram publicados nesta segunda-feira (18) na revista científica Mental Health, Religion and Culture e fazem parte do Hearing the Voice (Ouvindo a Voz, em tradução livre), um estudo interdisciplinar sobre a audição de vozes conduzido em Durham.

Para a pesquisa, os cientistas recrutaram 65 médiuns clariaudientes (que declaram ouvir vozes de espíritos) da União Nacional dos Espíritas do Reino Unido e 143 membros da população em geral.

Os resultados apontam que esses médiuns têm tendência para a absorção  — um traço ligado à imersão em atividades mentais ou imaginativas ou à experiência de estados alterados de consciência. Eles também são mais propensos a relatar experiências de fenômenos auditivos incomuns, como ouvir vozes, ainda na juventude.

De acordo com os pesquisadores, muitos que experimentam a absorção ou a audição de vozes encontram crenças espiritualistas quando procuram o significado por trás disso, ou significado sobrenatural de suas experiências incomuns. O Espiritismo é um movimento religioso baseado na ideia de que as almas humanas continuam a existir após a morte e se comunicam com os vivos por meio de um médium.

Os pesquisadores reuniram descrições detalhadas da maneira como os médiuns vivenciam as “vozes” dos espíritos e compararam os níveis de absorção, tendência à alucinação, aspectos de identidade e crença no paranormal. Eles descobriram que 44,6% dos participantes relataram ouvir as vozes de alguém que morreu diariamente, sendo 33,8% tiveram uma experiência de clariaudiência no dia anterior à pergunta. De acordo com 79% dos entrevistados, a comunicação espiritual auditiva ocorre tanto quando estam sozinhos como quando frequentem um templo espírita ou exercem a função de médiuns.

Quando avaliados em escalas de absorção, bem como o quão fortemente acreditam no paranormal, os espíritas tiveram uma pontuação muito mais alta do que a população geral. Eles demonstraram ser menos propensos a se preocupar com o que os outros pensam deles e também pontuam mais em relação a experiências auditivas incomuns, como alucinações.

Para a população em geral, a absorção foi associada a níveis de crença no paranormal, mas não houve ligação correspondente significativa entre a crença e a tendência à alucinação. Também não houve diferença nos níveis de crença supersticiosa ou propensão a alucinações visuais entre participantes espiritualistas e não espiritualistas.

Os espíritas relataram que experimentaram a clariaudiência pela primeira vez com uma idade média de 21,7 anos. No entanto, 18% disseram ter experiências clariaudientes “desde que se lembram” e 71% não haviam encontrado o Espiritismo como um movimento religioso antes de suas primeiras experiências.

“Os espíritas tendem a relatar experiências auditivas incomuns que são positivas, começam cedo na vida e que muitas vezes são capazes de controlar. Entender como elas se desenvolvem é importante porque poderia nos ajudar a entender mais sobre experiências angustiantes ou não controláveis ​​de ouvir vozes também”, diz, em nota, o coautor do estudo, Peter Moseley.

Fonte: Galileu

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