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Descoberto sistema em que planetas orbitam estrela no sentido contrário

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Por muito tempo, os astrônomos acreditaram que o alinhamento entre os movimentos das estrelas e dos planetas fosse uma característica comum a todos os sistemas planetários. Essa teoria, porém, foi descartada diante da descoberta de desalinhamentos expressivos. Em uma pesquisa publicada publicada edição de fevereiro da revista científica Proceedings of the National Academy of Sciences, cientistas apresentam um sistema que serve como base para uma nova explicação sobre o fenômeno.

Liderada por Maria Hjorth e Simon Albrecht, da Universidade de Aarhus, na Dinamarca, a equipe estudou o sistema K2-290, onde dois planetas orbitam a estrela no sentido contrário. “É diferente do nosso próprio Sistema Solar, em que todos os planetas estão orbitando no mesmo sentido da rotação do Sol”, explica, em nota, Maria Hjorth.

Apesar de, nas palavras de Hjorth, se tratar de um sistema “intrigante”, esse fenômeno foi registrado pela primeira vez há mais de dez anos. O que confere um caráter de destaque à pesquisa é que, dessa vez, os cientistas analisaram um caso que sustenta uma explicação inédita sobre o desalinhamento entre planetas e estrela.

“Em qualquer sistema planetário, acredita-se que os planetas se formam em um disco giratório e circular de material que gira em torno de uma jovem estrela por alguns milhões de anos após o nascimento da própria estrela, o chamado disco protoplanetário”, explica a astrofísica Rebekah Dawson, da Universidade Estadual da Pensilvânia, nos Estados Unidos. “Normalmente, o disco e a estrela giram no mesmo sentido. No entanto, se houver uma estrela vizinha, a força gravitacional dela pode inclinar o disco”, conclui Dawson. Ela diz ainda que, para a astronomia, uma estrela é considerada vizinha mesmo que esteja a um ano-luz de distância.

Essa teoria foi elaborada em 2012, e, agora, os pesquisadores encontraram o primeiro sistema em que ela pode ser aplicada, já que os planetas orbitam no sentido contrário e há uma segunda estrela que possui propriedades compatíveis com o fenômeno. “Depois que descobrimos o sistema K2-290, nós percebemos que ele seria adequado para testar essa teoria, porque é orbitado por dois planetas e contém duas estrelas”, afirma Teruyuki Hirano, do Instituto de Tecnologia de Tóquio, no Japão.

Como consequência da pesquisa, já não é mais possível assumir que o alinhamento entre rotação da estrela e órbita dos planetas seja uma condição inicial para que um planeta se forme. Além disso, o estudo apresenta uma teoria que se aplica a planetas de diferentes tamanhos — até então, as explicações desenvolvidas eram válidas para planetas maiores, tão grandes quanto Júpiter. “Acredito que nossos resultados sejam encorajadores, porque significam que encontramos outro aspecto da ciência em que sistemas planetários têm uma variedade fascinante de configurações”, diz Simon Albrecht, da Universidade de Aarhus.

Fonte: Galileu

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