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Poluição pode ajudar a rastrear civilizações extraterrestres, sugere Nasa

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De acordo com uma recente pesquisa da Nasa, seria possível encontrar outras civilizações próximas ao Sistema Solar por meio da análise da poluição atmosférica. O estudo analisou a presença de gás de dióxido de nitrogênio (NO2), que na Terra é produzido pela queima de combustíveis fósseis, mas que também pode ser liberado por fontes não industriais, como  fontes biológicas, raios e vulcões.

“Na Terra, a maior parte do dióxido de nitrogênio é emitida pela atividade humana — processos de combustão, como emissões de veículos e usinas movidas a combustíveis fósseis”, disse, em nota, Ravi Kopparapu, do Goddard Space Flight Center da Nasa em Greenbelt, Maryland, nos Estados Unidos. Ele é o principal autor da pesquisa publicada no dia 9 de fevereiro na arXiv. “Na baixa atmosfera (cerca de 10 a 15 quilômetros), o NO2 das atividades humanas domina em comparação com as fontes não humanas. Portanto, observar o NO2 em um planeta habitável pode potencialmente indicar a presença de uma civilização industrializada.”

Os astrônomos descobriram mais de 4 mil planetas orbitando outras estrelas até o momento. Alguns podem ter condições adequadas para a vida como a conhecemos, sendo possível a existência de uma população tecnologicamente evoluída. Como os planetas ao redor de outras estrelas (exoplanetas) estão tão distantes, os cientistas não podem procurar por sinais de vida ou civilização enviando espaçonaves aos locais. Em vez disso, eles usam telescópios para ver o que está dentro da atmosfera desses exoplanetas.

Uma possível indicação de vida, ou bioassinatura, poderia ser uma combinação de gases como oxigênio e metano na atmosfera. Da mesma forma, um sinal de tecnologia em um exoplaneta, chamado de tecnoassinatura, pode ser um sinal do que é considerado poluição aqui na Terra — a presença de um gás que é liberado como subproduto de um processo industrial generalizado, como o NO2.

No estudo, a equipe usou modelagem de computador para prever se a poluição por NO2 produziria um sinal prático para detectar com telescópios atuais e planejados. A resposta foi positiva, já que o gás absorve algumas cores (comprimentos de onda) da luz visível, que podem ser detectadas pela observação da luz refletida de um exoplaneta enquanto ele orbita sua estrela.

Eles descobriram que para um planeta semelhante à Terra orbitando uma estrela semelhante ao Sol, uma civilização que produza a mesma quantidade de NO2 que a nossa poderia ser detectada a cerca de 30 anos-luz de distância com cerca de 400 horas de observação. Um ano-luz significa cerca de 9,5 trilhões de quilômetros. Para efeito de comparação, as estrelas mais próximas do nosso Sol são encontradas no sistema Alpha Centauri, a pouco mais de 4 anos-luz de distância, e nossa galáxia tem cerca de 100 mil anos-luz de diâmetro.

Eles também descobriram que estrelas que são mais frias e muito mais comuns do que o nosso Sol, como estrelas do tipo K e M, podem produzir um sinal de NO2 mais forte e mais facilmente detectado. Isso ocorre porque esses tipos de estrelas produzem menos luz ultravioleta, que pode quebrar o NO2. Estrelas mais abundantes aumentam a chance de uma civilização extraterrestre ser encontrada.

Como o NO2 também é produzido naturalmente, os cientistas terão que analisar cuidadosamente um exoplaneta para ver se há um excesso que poderia ser atribuído a uma sociedade tecnológica. “Na Terra, cerca de 76% das emissões de dióxido de nitrogênio são geradas pela atividade industrial”, disse Giada Arney, coautora do artigo. “Se observarmos o NO2 em outro planeta, teremos que rodar modelos para estimar as emissões máximas possíveis do gás que alguém poderia ter apenas de fontes não industriais.”

Outras complicações incluem a presença de nuvens ou aerossóis na atmosfera. Nuvens e aerossóis absorvem luz de comprimentos de onda semelhantes ao dióxido de nitrogênio, de modo que podem imitar a assinatura. A equipe planeja usar um modelo mais avançado para ver se a variabilidade natural da cobertura de nuvens pode ser usada para distinguir entre os dois.

Fonte: Galileu

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