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É possível aprender a ser feliz, indica estudo

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Estudo da Universidade de Trento, na Itália, mostra como é possível aprender a ter uma vida mais feliz (Foto: Shaurya Sagar / Unsplash)

Um novo estudo conduzido pela Universidade de Trento, na Itália, indica que é possível aprender a aumentar o bem-estar e a ser mais feliz. As descobertas foram publicadas no Frontiers in Psychology.

Na pesquisa, os autores apontaram que, atualmente, acadêmicos não veem a felicidade como o simples hedonismo. Na verdade, esse estado de consciência pode estar mais relacionado com fatores como o funcionamento psicológico ideal, o alto nível de satisfação com a vida, a realização de seu próprio potencial, o crescimento pessoal e o senso de autonomia. Os pesquisadores também explicaram: “Até o momento, evidências sugerem que a felicidade é, em certa medida, modulável e treinável. Por isso, estratégias cognitivas e comportamentais simples que os indivíduos escolhem em suas vidas podem aumentá-la”.

Assim, os cientistas desenvolveram um programa que une neurociência a psicologia e filosofia para estimular emoções positivas e, ao mesmo tempo, reduzir problemas como o estresse e a ansiedade. “A formação que propusemos aos participantes foi inspirada na ideia – presente tanto no Ocidente como nas tradições filosóficas orientais – que a felicidade está inextricavelmente ligada ao desenvolvimento do equilíbrio interior, de uma perspectiva mais gentil e mais aberta de si mesmo, dos outros e do mundo, para uma melhor compreensão da mente e do cérebro do ser humano”, afirmou Nicola De Pisapia, pesquisador do Departamento de Psicologia e Ciências Cognitivas da Universidade de Trento em um comunicado.

O programa foi conduzido no Instituto Lama Tzong Khapa, em Pomaia, e teve duração de nove meses. Nesse período, foram realizados sete finais de semana com aulas teóricas e atividades práticas e também houve dois retiros de meditação. Vinte e nove pessoas com idades entre 39 e 66 anos fizeram o treinamento inteiro.

A parte teórica do curso envolveu uma série de apresentações e aulas em vídeo, além de discussões abertas sobre temas da psicologia, da neurociência, da história do pensamento ocidental e da filosofia de vida do budismo. Os tópicos científicos incluíam neuroplasticidade, circuitos cerebrais de atenção e divagação da mente, estresse e ansiedade, dor e prazer, emoções positivas e negativas, desejo e vício, o senso de identidade, empatia e compaixão.

Já a parte prática do treinamento propôs exercícios inspirados em diferentes tradições contemplativas, budistas e ocidentais. Dessa forma, os indivíduos não só fizeram meditações como também foram incentivados a escrever diários, por exemplo.

Ao final do programa, os pesquisadores perceberam que diferentes medidas de bem-estar psicológico haviam aumentado gradativamente entre os participantes do início ao fim do curso. Esse foi o caso dos indíces de satisfação com a vida, percepção de bem-estar, autoconsciência e autorregulação emocional. Além disso, os indivíduos que participaram do estudo também relataram uma diminuição significativa da ansiedade, da percepção de estresse, dos pensamentos negativos e das tendências à raiva.

“Acredito que em tempos como estes, cheios de mudanças e incertezas, é fundamental estudar cientificamente como as tradições filosóficas ocidentais e orientais, juntamente com as mais recentes descobertas sobre a mente e o cérebro, podem ser integradas com práticas contemplativas de forma laica. O objetivo é dar às pessoas saudáveis ​​a oportunidade de trabalharem sobre si mesmas para desenvolver a felicidade autêntica, não o hedonismo ou a felicidade superficial. Com este estudo, quisemos dar um pequeno passo nessa direção”, concluiu De Pisapia.

Fonte: Galileu

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