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“Misokinesia”: entenda o que é o incômodo ao ver pessoas inquietas

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Você sente ansiedade ou irritação ao ver uma pessoa inquieta? Se a resposta for “sim”, talvez seu caso seja de misokinesia, ou “ódio a movimentos”. Segundo um novo estudo da Universidade da Colúmbia Britânica, no Canadá, um terço da população sofre com o fenômeno, que é definido como uma forte resposta emocional negativa diante de movimentos pequenos e repetitivos de outras pessoas.

“Minha inspiração para estudar misokinesia veio depois que uma parceira me disse que eu tinha um hábito  de me mexer, do qual eu nem estava ciente”, afirma um dos autores da pesquisa, o professor de psicologia Todd Handy, em nota. “Ela então confessou que sentia muita irritação sempre que via alguém inquieto. Como um neurocientista visual cognitivo, fiquei muito interessado em descobrir o que estaria acontecendo no cérebro.”

Publicado em agosto no periódico Scientific reports, o estudo com 4100 participantes consistiu em três partes. Nelas, os participantes reportavam se sentiam incômodo ao ver pessoas inquietas e, caso positivo, os pesquisadores então verificavam os impactos emocionais e sociais da sensação.

Uma das explicações pode estar nos “neurônios espelho”. Eles são ativados não só quando nos movemos, mas também quando vemos outras pessoas se mexerem. Daí o nome “espelho”, porque “espelhamos” os movimentos dos outros em nosso cérebro. São esses neurônios que nos ajudam a entender as outras pessoas e a intenção por trás de seus movimentos. Eles têm relação também com empatia. Por exemplo, quando vemos alguém se machucar, podemos igualmente expressar dor.

“Uma das razões pelas quais as pessoas ficam inquietas é porque estão ansiosas ou nervosas”, observa a pesquisadora Sumeet Jaswal, coautora do estudo. “Então quando alguém que sofre de misokinesia vê os outros inquietos, pode espelhar o sentimento e se sentir ansiedade e nervosismo também.”

O que fazer, então, para lidar com o problema? “Para quem sofre de misokinesia, saiba que você não está sozinho. A sua dificuldade é comum e é real”, destaca Handy. “Como sociedade, nós precisamos reconhecer que muitas pessoas sofrem silenciosamente com isso, o que pode afetar a habilidade de trabalho, aprendizado e lazer.”

Em busca de ampliar os conhecimentos sobre o fenômeno, os pesquisadores criaram um site dedicado ao assunto. Para saber mais, acesse www.misokinesia.ca

Fonte: Revista Galileu

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