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Falta de torcida prejudicou desempenho de times mandantes durante a pandemia

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Uma nova pesquisa realizada pelas Universidades de Leeds e Northumbria, ambas no Reino Unido, revelou que a falta de torcida prejudicou o desempenho dos times de futebol que jogaram em casa durante a pandemia. O estudo foi publicado na edição de setembro do Psychology of Sport and Exercise e mostrou que a vantagem das equipes mandantes caiu quase pela metade no novo cenário.

Os pesquisadores usaram dados do Football-Data.co.uk e do banco de dados online FiveThirtyEight para avaliar 4.844 jogos em 11 países europeus, incluindo a primeira e a segunda divisão das ligas inglesa, alemã, espanhola e italiana, e a primeira divisão dos campeonatos português, grego, turco, austríaco, dinamarquês, russa e suíça.

“A Covid-19 forçou o futebol em todos os níveis a uma parada inesperada a apenas um quarto da temporada 2019/2020″, afirmou Dane McCarrick, principal autor do estudo, em comunicado. “Quando [a temporada] voltou, os restantes jogos ocorreram a portas fechadas e sem torcida. Isso proporcionou uma oportunidade não intencional e única de examinar um dos fenômenos mais comentados e empiricamente estudados no esporte de equipe profissional: a vantagem de jogar em casa.”

Os pesquisadores descobriram que, com a torcida presente, as equipes conquistaram 0,39 pontos a mais por jogo em casa e marcaram 0,29 gols a mais por jogo do que os times visitantes. Sem torcida, a vantagem caiu quase pela metade: os times conquistaram apenas 0,22 pontos a mais em casa do que fora e marcaram apenas 0,15 gols a mais que os visitantes.

Quanto à arbitragem, o estudo revelou que os árbitros aplicaram mais faltas contra o time da casa em estádios vazios, mas uma quantidade semelhante de faltas contra o time visitante. Além disso, muito menos cartões amarelos foram dados para os times visitantes em estádios vazios — a quantidade de cartões amarelos contra o time da casa permaneceu semelhante ao que era antes da pandemia, embora eles tenham cometido mais faltas. Os cartões vermelhos seguiram um padrão semelhante, que foi menos pronunciado, mas ainda significativo.

“Quando o domínio de uma equipe sobre o jogo foi incluído na análise, as associações ficaram muito enfraquecidas por faltas e cartões amarelos e, surpreendentemente, tornaram-se insignificantes para cartões vermelhos”, comentou McCarrick. “Isso mostra, pela primeira vez, que a influência dos torcedores da casa nos árbitros desaparece principalmente quando o estilo de jogo é levado em consideração.”

Os pesquisadores mediram o domínio das equipes pelo número de escanteios, finalizações e chutes no gol que tiveram em uma determinada partida. Os times da casa foram menos dominantes sem a torcida, com uma média por jogo de 0,7 menos escanteios ganhos, 1,3 menos tentativas de finalizações e 0,4 menos chutes no gol. A falta de multidões, contudo, fez muito pouca diferença para os times atacantes controlarem os jogos, com apenas 0,10 mais escanteios, 0,17 mais finalizações e 0,20 mais chutes no gol.

“Esta é uma investigação realmente importante que contribui para o debate de longa data sobre as principais razões para a vantagem [de se jogar em] casa no esporte”, comentou a coautora Sandy Wolfson. “Um fenômeno mundial que afeta os esportes coletivos em todos os níveis, do recreativo à elite.”

Os especialistas acreditam que o estudo prova que “no sentido mais básico, a presença dos fãs importa”, comentou McCarrick.

Fonte: Revista Galileu

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