Por enquanto, os atores não entrarão em greve em Hollywood. Representantes do Sindicato dos Atores (SAG) e da associação dos estúdios e emissoras (AMPTP) anunciaram na última sexta (30) que prorrogaram a data de validade do contrato, que antes expirava em 30 de junho.
De acordo com a Indie Wire, as duas partes concordaram em prorrogar as negociações até 12 de julho, e este passou a ser o novo prazo para o contrato entre eles.
Em carta aberta, os líderes do SAG afirmaram que a decisão nasce da intenção de “esgotar todas as possibilidades de alcançar um contrato justo que nós demandamos e merecemos”, e que a prorrogação não deve ser encarada como sinal de fraqueza: “nós vemos e ouvimos vocês. Nós somos vocês”.
As negociações estão em curso desde 7 de junho. Antes de se sentar à mesa com a AMPTP, 98% dos membros do SAG já expressavam desejo de aderir a uma greve. Com o passar das semanas, o sentimento foi enfatizado: recentemente uma carta assinada por centenas de atores, entre os quais Meryl Streep e Jennifer Lawrence, dizia que os membros do SAG estavam dispostos a sacrifícios que talvez a própria liderança não estivesse.
Embora os pontos em debate não sejam de conhecimento público, sabe-se que estão na mesa o aumento do salário mínimo, regulação de testes gravados pelo próprio ator e melhorias nos chamados residuais — isto é, a compensação financeira pela exibições de séries e filmes em diferentes plataformas.
O momento é realmente delicado em Hollywood. Ainda que o Sindicato dos Diretores (DGA) tenha assinado um novo contrato e evitado uma paralisação, o Sindicato dos Roteiristas (WGA) está ativamente em greve desde 1º de maio. Isso gerou a interrupção no desenvolvimento e na produção de filmes e séries de todos os grandes players.
A última vez que o Sindicato de Atores entrou em greve foi nos anos 1980. A paralisação durou pouco mais três meses e incluiu um boicote ao Emmy, durante as negociações por residuais nos VHS.
