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Viagens internacionais não voltarão ao normal antes de 2023

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AEROPORTOS: os voos domésticos devem ser retomados antes dos internacionais. (Carol Coelho/Getty Images)

Uma das primeiras vítimas das restrições de circulação impostas pela pandemia de coronavírus foram as empresas aéreas. Com quase todas as aeronaves no chão, empresas do mundo afora vêm lutando para sobreviver enquanto não há previsões sólidas de quando o setor voltará a aquecer.

Em entrevista a um programa de televisão australiano, o CEO da Associação Internacional de Transporte Aéreo (IATA), Alexandre de Juniac, disse que as viagens aéreas internacionais não devem voltar ao mesmo nível de 2019 antes de 2023.

Segundo a IATA, a expectativa para setor global das aéreas é que as viagens comecem a ser retomadas em etapas. Primeiro, voos domésticos, que devem voltar a níveis pré-pandemia entre o final deste ano e o início do próximo.

Ainda segundo a IATA, em um segundo momento, espera-se o retorno de voos internacionais, mas estes provavelmente ficarão restritos a motivos essenciais, como viagens de negócios.

A associação ainda ressaltou que a normalização do setor aéreo global deverá depender de uma vacina e de sua ampla distribuição. A previsão do órgão é que a confiança em viagens internacionais com fins recreativos não seja restaurada tão cedo.

A retomada lenta do setor deve continuar impactando a economia mundial pelos próximos anos, mais ainda a de países que dependem economicamente do turismo.

A Austrália, por exemplo, que já vinha sofrendo antes da pandemia devido a incêndios florestais, deve assistir a uma queda brusca dos mais de oito milhões de visitantes que recebe todos os anos e que injetam bilhões de dólares em seu PIB.

Além de representar cerca de 10% da economia global, o choque causado pela paralisação do setor de viagens desencadeia um efeito dominó de consumo que direciona dólares para companhias aéreas, hotéis, restaurantes, taxistas, artesãos, guias turísticos e lojistas, para citar alguns.

Ao todo, a indústria do turismo emprega 300 milhões de pessoas, sendo que um terço de todos os empregos do nicho estão em risco, colocando o setor de 1,7 trilhão de dólares na incerteza.

Fonte: Matheus Doliveira | Exame

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