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Microplásticos são encontrados em animais marinhos do Oceano Antártico

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Os microplásticosjá foram detectados em inúmeros locais e seres ao redor do mundo — até mesmo no leite materno. Agora, mais dois animais entram para lista dos contaminados pelo material. Um estudo publicado nesta quarta-feira (29) na Royal Society Open Science relata a presença de microplásticos em krills (Euphausia superba), que são pequenos crustáceos semelhantes ao camarão, e salpas (Salpa thompsoni), invertebrados marinhos gelatinosos e cilíndricos, do Oceano Antártico.

Os microplásticos, resíduos plásticos que medem menos que cinco milímetros, estão presentes em abundância no Oceano Antártico, sendo encontrados desde a superfície até o fundo do mar. Agora, comprovou-se que sua presença no ambiente marinho impacta as duas espécies mais abundantes do zooplâncton antártico: os krills e as salpas.

Além de numerosos, esses animais também fazem parte da dieta de grande parte da vida selvagem marinha da região. O krill, por exemplo, é o principal alimento de baleias, pinguins e focas, enquanto as salpas são comidas por alguns peixes e pássaros marinhos maiores. Ainda, eles desempenham um papel fundamental na transferência de CO2 atmosférico para os oceanos profundos.

“As evidências do consumo de microplástico em duas espécies de abundância muito alta do Oceano Antártico são preocupantes”, alerta, em nota, Laura Wilkie Johnston, bióloga marinha da British Antarctic Survey (BAS), instituição responsável pelo estudo. “Ambas as espécies são parte integrante do ecossistema do Oceano Antártico e ainda não entendemos completamente o impacto que os microplásticos terão neste ambiente.”

A bordo do navio EEA James Clark Ross, os pesquisadores coletaram amostras de krill e salpas em duas missões de pesquisa: uma na ponta norte da Península Antártica, em 2016, e outra perto da ilha da Geórgia do Sul, em 2018.

Por conta da Antártida apresentar cadeias alimentares curtas, é muito provável que ocorra a transferência de microplásticos dos krills e das salpas para predadores maiores. Outra preocupação é que o microplástico possa interferir na quantidade de carbono que os organismos conseguem absorver e reter nas profundezas do oceano. A descoberta destaca a sensibilidade à poluição plástica do ecossistema marinho antártico, um dos maiores sumidouros de carbono do planeta.

“Neste estudo, mostramos como esses animais são vulneráveis ​​ao plástico em seus habitats naturais”, conclui a coautora Emily Rowlands, bióloga marinha da BAS. “A pesquisa é particularmente importante porque dá suporte a experimentos de laboratório e fornece novos insights sobre as quantidades e tipos de plásticos aos quais os krills e as salpas estão expostos no Oceano Antártico.”

Fonte: Revista Galileu

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