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Brasileiro desenvolve sensor que mede pressão intracraniana por wi-fi

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Em Unidades de Terapia Intensiva (UTI), medir a pressão intracraniana (PIC) de pacientes em estado grave de problemas neurológicos é um procedimento rotineiro e necessário. A monitoração invasiva, feita através de um cateter colocado no cérebro, foi iniciada na década de 1960 e é utilizada até hoje em diversos países. No entanto, não houve atualizações que tenham acompanhado a evolução tecnológica dos dias de hoje.

Silva explica que existem outros dispositivos implantáveis, mas não estão disponíveis no Brasil, além de serem muito mais caros e com conectividade limitada. Por esse motivo o método antigo ainda continua vigente. “O que acontece é que, uma vez que você tem um sistema já estabelecido, ele não se moderniza e continua sendo caro. Quando aparece alguma inovação, ela acaba sendo muito mais cara do que o sistema já utilizado, inviabilizando o uso ou demorando muito para popularizar, como acontece na maioria das vezes”, diz o neurologista a GALILEU.

No monitor desenvolvido na pesquisa, a conectividade é maior, uma vez que depende de conexão wi-fi. Desse modo, o cabo anteriormente conectado ao cérebro e à máquina de monitoramento não é mais necessário. “O que precisamos começar a pensar em 2023 é eliminar fios, porque é desconfortável para o paciente, danifica mais rápido, pode deslocar e até gerar interferência na transmissão de dados”, enfatiza o médico.

Sensor Wi-Fi

 

O dispositivo implantável é feito de fibra óptica. Ele é inserido no cérebro da mesma maneira que o cateter, com furos de trepanação, que são perfurações feitas no crânio com o auxílio de uma broca cirúrgica. O aparelho fica alocado entre o crânio e o couro cabeludo, enviando informações para um aplicativo de celular a que o médico terá acesso.

O sensor ainda é um protótipo, porém já obteve bons resultados em testes in vitro e in vivo, em porcos. “É a primeira descrição científica em um ser vivo, neste caso, em animal, de um sensor intracraniano de fibra óptica com conectividade via wi-fi. Ainda não há tecnologia aplicada dessa forma na medicina”, pontua o médico, em comunicado divulgado à imprensa.

Produto final

 

A pesquisa acabou de passar pela etapa de validação pré-clínica com estudos em animais, comprovando a eficiência e viabilidade do protótipo. A próxima fase será aperfeiçoar o modelo para um monitoramento mais prolongado e, depois, partir para estudos clínicos.

O neurologista deseja que, no produto final, outras funções estejam ativas, como conseguir estipular tempo de medição para economizar bateria e que o médico tenha acesso a essa informação de qualquer lugar. Isso permitiria, por exemplo, colocar um alarme para avisar se a pressão estiver acima do normal, possibilitando medidas ágeis.

Fonte: Revista Galileu

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