Maricá anunciou que está disposta a comprar imóveis de moradores que queiram deixar a região próxima ao aeroporto da cidade. A proposta, revelada pelo prefeito Washington Quaquá nas redes sociais, surge em meio às polêmicas causadas pela ampliação do terminal e o aumento dos ruídos na vizinhança.
No vídeo publicado nesta segunda-feira (14), Quaquá afirmou que o município está “preparando o aeroporto para decolar de vez” e confirmou o interesse em adquirir as casas do condomínio que fica ao lado do aeródromo — mas somente se os moradores quiserem vender. O destino desses imóveis ainda não foi explicado.
Barulho de helicópteros virou dor de cabeça

Desde o fim de 2024, moradores do condomínio Mega Residence I, no Parque Eldorado, vêm relatando ruídos cada vez mais intensos de helicópteros — especialmente após a abertura de um novo pátio de aeronaves. A situação ficou tão crítica que chamou a atenção da ANAC (Agência Nacional de Aviação Civil), que exigiu explicações sobre o impacto do barulho.
Siga o Jovem na Mídia nas redes sociais: Instagram e Facebook
Logo depois, o Ministério Público Federal entrou em cena, recomendando que a Codemar, empresa responsável pela operação do aeroporto, tomasse medidas urgentes. A resposta? Estudos ambientais e uma série de soluções para tentar diminuir os ruídos, como:
- instalação de barreiras acústicas,
- cercas com bambu anão,
- e até criação de um comitê com representantes da Petrobras, moradores e sociedade civil para acompanhar tudo de perto.
A polêmica virou caso de Justiça
Em março deste ano, moradores da área central de Maricá abriram uma ação popular contra a prefeitura e demais envolvidos no projeto de expansão do aeroporto. Eles alegam que não houve medidas suficientes para reduzir os impactos sonoros e questionam a legalidade do licenciamento ambiental, afirmando que a autorização deveria ter sido dada pelo INEA, e não pela Secretaria de Cidade Sustentável de Maricá.
Mesmo com todos os conflitos, as obras continuam. A pista está sendo reformada, novos hangares estão sendo construídos, e há planos para que o aeroporto volte a operar voos comerciais no segundo semestre de 2025, com rotas para Brasília e Belo Horizonte. Atualmente, cerca de 70 voos offshore saem diariamente de lá com destino à Bacia de Santos, um dos principais polos do pré-sal.