O Brasil resolveu entrar de vez na corrida global da inteligência artificial. Na sexta-feira (13), o governo federal apresentou a versão final do Plano Brasileiro de Inteligência Artificial (PBIA), que promete transformar o país em uma potência de IA até 2028, com um investimento previsto de nada menos que R$ 23 bilhões.
Sob a coordenação do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), o plano chega à sua quinta — e agora definitiva — versão, já entregue ao presidente Lula. Os recursos virão de uma combinação de dinheiro público, crédito e também do setor privado, com o objetivo de acelerar o desenvolvimento tecnológico brasileiro nos próximos anos.
Supercomputador de peso (literalmente)
Entre as grandes apostas do PBIA está a compra de um dos cinco supercomputadores mais poderosos do planeta. Essa máquina de altíssima performance vai garantir ao Brasil um salto enorme na capacidade de processamento de dados, essencial para projetos robustos de IA em diversas áreas.
Segurança de dados: a tal da “nuvem soberana”
Outro destaque é a criação de uma nuvem soberana brasileira. A ideia é ter uma infraestrutura própria e 100% nacional para armazenar informações estratégicas, especialmente aquelas de instituições públicas. Em tempos de vazamentos e guerra de dados, o objetivo é garantir maior proteção e autonomia.
IA no SUS e na vida real
O plano não foca só na tecnologia pela tecnologia. Um dos pilares é justamente usar a IA para gerar impacto direto na vida das pessoas. Exemplo?
- Diagnósticos médicos mais rápidos e precisos no SUS, principalmente em casos críticos como AVC;
- Suporte para decisões de compras de medicamentos;
- Monitoramento de procedimentos hospitalares;
- Melhorias na saúde bucal, entre outros.
Os 10 mandamentos da IA brasileira
O PBIA tem como lema “IA para o Bem de Todos” e reúne uma série de diretrizes para garantir que o avanço tecnológico caminhe junto com responsabilidade e inclusão. Aqui vão os principais pontos:
- Melhorar o bem-estar social
- Capacitar profissionais brasileiros
- Proteger dados e garantir soberania nacional
- Alinhar a IA com políticas públicas como a Nova Indústria Brasil (NIB) e o Plano de Transição Ecológica (PTE)
- Respeitar a diversidade
- Participar de parcerias internacionais
- Garantir ética e responsabilidade
- Promover governança participativa
- Ter flexibilidade para acompanhar as mudanças da tecnologia
As metas para o futuro próximo
Nos próximos três anos, a meta é dobrar a capacidade nacional de IA e conectar pelo menos 50% dos centros de pesquisa brasileiros nessa área.
Até 2028, o Brasil quer figurar entre os cinco países com maior capacidade computacional de IA no mundo. Ambicioso? Sem dúvida. Mas o recado está dado: o Brasil quer sair da arquibancada e disputar o jogo no centro do gramado da revolução tecnológica.