A violência sexual em conflitos armados aumentou em 2024 e tem se concentrado principalmente na África, segundo o 16º Relatório Anual da ONU sobre o tema, divulgado nesta quinta-feira (21).
Os dados mostram que o maior número de casos foi registrado na República Centro-Africana, República Democrática do Congo (RDC), Somália e Sudão do Sul. O relatório ainda aponta Moçambique como o único país lusófono citado, com registros de violência contra mulheres e meninas deslocadas, refugiadas e migrantes.
“Embora estes números alarmantes não reflitam toda a dimensão desse crime, eles mostram a gravidade e brutalidade dessa realidade”, destacou o documento.
Mulheres ainda são maioria das vítimas
Segundo a ONU, 92% das vítimas são mulheres, mas homens e crianças também sofrem violência sexual em ambientes de detenção, usados como forma de tortura, humilhação e até para extração de informações.
Entre as novas inclusões do relatório estão o grupo RED Tabara, do Burundi, e facções armadas da RDC, que usam a violência sexual como arma de guerra.
Fatores que ampliam o risco
A ONU alerta que o problema cresceu em meio a níveis recordes de deslocamentos forçados, fome e o aumento da militarização em diversas regiões. Situações como a crise no Sudão deixam mulheres e meninas ainda mais vulneráveis.
O relatório também chama atenção para sequestros, tráfico humano e exploração sexual em áreas de conflito, muitas vezes praticados por grupos extremistas que já estão sob sanções do Conselho de Segurança da ONU.