A quarta-feira (22) foi tensa para os investidores da Netflix. As ações da gigante do streaming despencaram mais de 10% na bolsa de Nova York (Nasdaq), depois que a empresa revelou que um imposto cobrado no Brasil impactou diretamente o lucro global do terceiro trimestre de 2025.
A Netflix registrou lucro líquido de US$ 2,5 bilhões entre julho e setembro — um número alto, mas abaixo da expectativa do mercado, que esperava algo próximo de US$ 3 bilhões. O motivo da queda? Um rombo de US$ 619 milhões causado por uma disputa tributária com o governo brasileiro.
💸 Entenda o que aconteceu
A perda está ligada a uma decisão recente do Supremo Tribunal Federal (STF), que manteve a cobrança da Cide-Tecnologia — um imposto de 10% sobre valores enviados por empresas brasileiras a suas matrizes no exterior. No caso da Netflix, isso significa taxar as remessas da filial brasileira para a sede nos EUA.
Na prática, a empresa precisou reconhecer o pagamento desses valores retroativamente, referentes ao período de 2022 até o terceiro trimestre de 2025. No total, foram cerca de US$ 6,19 bilhões (aproximadamente R$ 33 bilhões) remetidos nesse tempo.
Com o impacto da cobrança, a margem de lucro da Netflix caiu para 28%, quando poderia ter superado os 31,5% estimados sem o gasto adicional.
O CFO da empresa, Spencer Neumann, não escondeu o incômodo:
“Essa questão tributária é um custo de fazer negócios no Brasil. É complexa, mas não se trata de imposto de renda. É um modelo local que afeta diretamente nossos resultados”, afirmou em coletiva com investidores.
📉 Reflexo imediato em Wall Street
Após o anúncio, as ações da Netflix fecharam em queda de 10,07%, cotadas a US$ 1.116,37. O tombo fez a empresa perder bilhões em valor de mercado em apenas um dia.
Apesar do impacto negativo, analistas lembram que o negócio da Netflix segue sólido — com base forte em assinantes e novos conteúdos originais —, mas o alerta acende para empresas que enfrentam tributações complexas em mercados internacionais, como o brasileiro.
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