O clima esquentou (e muito) no conflito entre Rússia e Ucrânia. Em uma declaração polêmica, Vladimir Medinski, conselheiro direto do presidente russo Vladimir Putin, soltou uma ameaça pesada: se a Ucrânia tentar reaver os territórios ocupados pelas tropas russas com apoio da Otan, o resultado pode ser uma guerra nuclear.
A fala aconteceu em entrevista à agência estatal russa Tass e vem no meio de uma nova rodada de negociações entre os dois países, que tentam — ainda sem sucesso — chegar a um acordo de paz real.
“Se não houver um acordo de paz verdadeiro, isso vai virar um novo Carabaque (referência à guerra entre Armênia e Azerbaijão). E, se a Ucrânia tentar retomar os territórios com ajuda da Otan, isso será o fim do planeta — uma guerra nuclear”, disparou Medinski.
🧨 O que a Rússia quer?
A chamada “paz verdadeira” que Medinski menciona não foi explicada com detalhes, mas o que se sabe é que a Rússia continua irredutível em suas exigências:
- Quer manter sob controle os territórios ucranianos que ocupa hoje (quase 20% do país)
- Não aceita que a Ucrânia entre para a Otan
- E exige garantias militares permanentes que afastem qualquer ameaça futura de retomada dos territórios
Ou seja: a paz proposta por Moscou envolve a rendição parcial da Ucrânia, algo que Kiev e seus aliados ocidentais não parecem dispostos a aceitar.
🔁 Troca de prisioneiros reacende esperança (mesmo que pequena)
Apesar da tensão, um passo humanitário foi dado nesta segunda-feira (09/06): Rússia e Ucrânia realizaram uma nova troca de prisioneiros de guerra.
Foram liberados soldados de ambos os lados, principalmente jovens com menos de 25 anos e militares feridos gravemente, numa possível preparação para o maior acordo de troca desde o início da guerra, há mais de três anos.
“O processo é complexo e envolve muitos detalhes sensíveis. Mas estamos fazendo de tudo pra trazer de volta cada uma das pessoas”, disse o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky, após o início das trocas.
Na semana passada, os dois países chegaram a um acordo preliminar para a liberação de 1.200 prisioneiros de cada lado, além da repatriação de milhares de corpos de soldados mortos nos combates. A troca começou agora, mas deve acontecer em várias etapas nos próximos dias.
🕊️ Paz ainda longe, mas conversas continuam
Mesmo com a ameaça nuclear no ar, o diálogo entre os dois lados segue. Representantes da Rússia e da Ucrânia já participaram de duas rodadas de negociação direta, com mediação internacional, mas ainda não há acordo de cessar-fogo nem data marcada pra uma nova reunião.
O que se sabe é que, enquanto as falas públicas endurecem, os bastidores diplomáticos continuam em movimento. Mas a tensão é altíssima — e qualquer movimento em falso pode escalar o conflito a níveis ainda mais perigosos.
