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quinta-feira, abril 24, 2025

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Todo mundo vai ser Autista? A polêmica do excesso de diagnósticos e a Saúde Mental na Era Digital

A saúde mental virou um tema que está em todo lugar: no consultório, nas redes sociais, e até nos memes do Instagram. Mas, com tanto debate rolando, será que estamos indo longe demais? A psiquiatra Juliana Belo Diniz tem algo a dizer sobre isso, especialmente sobre o excesso de diagnósticos e as prescrições de remédios. E o que ela diz faz a gente pensar: será que estamos patologizando a juventude e criando um “diagnóstico” para qualquer tipo de sofrimento?

Diagnósticos e Rótulos: O Perigo de Exagerar

Se antes falar de transtornos mentais era tabu, hoje parece que todo mundo tem algo a dizer sobre isso. Nas redes sociais, o autodiagnóstico é um fenômeno crescente. E o problema não é só a quantidade de diagnósticos, mas como isso pode afetar a vida real das pessoas. Segundo a psiquiatra, há um exagero de diagnósticos, com foco em transtornos como TDAH (transtorno de déficit de atenção e hiperatividade) e até o autismo. Mas será que todo mundo realmente tem esses problemas ou estamos só colocando rótulos em comportamentos que são parte do ser humano?

Foto: drasa/istock.

Juliana explica que, no mundo digital hiperconectado em que vivemos, a paciência está cada vez mais rara. A ansiedade está a mil, e a dificuldade de prestar atenção é uma consequência direta de um ambiente de superestímulos. A questão é: remédios podem realmente resolver isso? A resposta é complicada. Para ela, não se trata de um simples “tomar um comprimido e melhorar”, mas de como a sociedade lida com o que não se encaixa no padrão.

A Crise da Juventude na Era das Redes Sociais

Nos consultórios, Juliana vê cada vez mais adolescentes que se veem perdidos e, em busca de resposta, acabam se lançando em redes sociais, onde a linha entre o real e o virtual fica borrada. A adolescência sempre foi marcada por crises e impulsividade, mas agora, com a pressão da vida online, os jovens se encontram em situações extremas que nem sempre refletem o que é “normal” para a fase.

Mais do que problemas individuais, Juliana acredita que os adolescentes estão lidando com um sistema educacional e social que não está preparado para as dificuldades dessa geração. O problema não está só nos comportamentos, mas na forma como a sociedade lida com as diferenças. A relação com os outros foi substituída pela busca incessante por validação virtual. E isso, claro, tem impacto na saúde mental.

O Dilema dos Remédios: Solução ou Máscara?

Reprodução / Revista Autismo
Foto: Reprodução / Revista Autismo.

Por outro lado, o uso de remédios psiquiátricos está em alta, mas a psiquiatra alerta: estamos medicando demais. Muitos adolescentes saem dos consultórios com receitas pesadas de medicamentos. No entanto, ela alerta para o perigo de se achar que os remédios são a solução. “A medicação não resolve tudo. É um caminho, mas precisa ser acompanhado de uma análise mais profunda”, diz Juliana.

A psiquiatra ainda critica a tendência de colocar todo tipo de sofrimento sob um diagnóstico. O excesso de medicação e de laudos pode fazer com que as pessoas se sintam “encapsuladas” nos seus problemas, sem chance de lidar com eles de maneira mais profunda.

O Impacto do Excesso de Diagnósticos: O que Está em Jogo?

Mas a questão vai além da medicação. Juliana questiona se estamos criando um “exército de autistas” e se não estamos confundindo características individuais com distúrbios. Ela acredita que muitos autodiagnósticos são feitos com base na dificuldade de adaptação social, algo que, de certa forma, é parte da natureza humana.

O problema é que, muitas vezes, os transtornos mais graves, como esquizofrenia e transtorno obsessivo-compulsivo, acabam sendo minimizados. A psiquiatra acredita que a busca pelo diagnóstico muitas vezes esconde a verdadeira falta de acesso ao tratamento adequado.

A Sociedade e o Enfrentamento da Diferença

Juliana também destaca que, apesar de todo esse movimento de patologização, há um lado positivo: a busca por despatologizar certos comportamentos. Mas, de novo, isso precisa ser feito com cuidado. “A sociedade não está acolhendo bem a diferença. Precisamos começar a debater como aceitar os diferentes, não apenas rotulá-los”, afirma.

O Que Isso Significa Para a Geração Z?

Depositphotos
Foto:Depositphotos

Para a juventude de hoje, a pressão é imensa. O consumo incessante de conteúdo nas redes sociais, a busca por validação instantânea e a falta de paciência para lidar com o tédio fazem com que muitos se sintam distantes de um mundo que não atende às suas expectativas. Em meio a isso, se autodiagnosticar ou buscar remédios pode parecer uma solução. Mas a verdade é que a solução pode estar em olhar para a saúde mental de uma forma mais humana, sem rótulos e sem a pressão de ter que se encaixar em padrões irreais.

E você, o que pensa sobre o excesso de diagnósticos? Já pensou se a saúde mental que estamos vivendo hoje é o reflexo do nosso estilo de vida digital? Vamos conversar! 💬 #SaúdeMental #Juventude #Autodiagnóstico #Psiquiatria

SARA CELESTINO
SARA CELESTINOhttp://jovemnamidia.com.br
Sara Celestino, dona do Jovem na Mídia, é repórter-fotográfica e criadora de conteúdo, apaixonada por jogos, tecnologia, K-pop e tudo que envolve o universo jovem. Sempre antenada nas tendências, traz notícias de forma leve, dinâmica e envolvente, conectando a nova geração ao que realmente importa!

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