Uma nova tragédia abalou o sul da Faixa de Gaza nesta terça-feira (16). Pelo menos 21 pessoas morreram, sendo 15 por asfixia causada por gás lacrimogêneo, durante a distribuição de ajuda humanitária em Khan Younis, segundo o Ministério da Saúde local.
O episódio aconteceu em um centro operado pela Fundação Humanitária de Gaza (GHF), uma organização apoiada por Israel e Estados Unidos, e que desde maio passou a assumir as entregas de ajuda, após o bloqueio de operações das Nações Unidas no território.
📦 Ajuda que virou caos
A busca por comida virou uma armadilha. De acordo com o comunicado oficial, o gás lacrimogêneo foi disparado contra civis famintos que se aglomeravam para tentar conseguir alimentos. O resultado: pânico, pisoteamentos, pessoas sufocadas e um cenário de desespero.
A GHF confirmou que 19 pessoas foram pisoteadas e outra morreu esfaqueada durante a confusão. A organização ainda afirmou que “agitadores infiltrados”, supostamente ligados ao Hamas, teriam instigado a debandada — mas a alegação ainda é controversa e sem comprovação independente.
🧨 ONU acusa: “armadilhas mortais”
Desde que a GHF assumiu a distribuição, a ONU e outras organizações humanitárias se recusaram a colaborar, alegando que a estrutura atual não é segura e tem fins militares. A ONU chegou a classificar os pontos de distribuição como “armadilhas mortais” — e os números reforçam essa crítica.
Segundo o Escritório de Direitos Humanos da ONU, ao menos 875 pessoas morreram nas últimas seis semanas próximas aos pontos de entrega de comida, quase sempre vítimas de tiros disparados por soldados israelenses.
Mesmo assim, a GHF nega as acusações e afirma que os números são “falsos e enganosos”, já que vêm do Ministério da Saúde local — que, vale lembrar, é administrado pelo Hamas.
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⚠️ Fome extrema e violência
A situação em Gaza é crítica. A GHF afirma ter distribuído mais de 1,2 milhão de pacotes de comida desde 27 de maio. Cada caixa alimenta, em média, 5 pessoas por apenas três dias e meio — o que cobre pouco mais de 10% da população de 2,1 milhões de habitantes.
A maioria dos moradores sai de mãos vazias após enfrentar horas (ou dias) de espera sob risco de tiroteios, sufocamento, pisoteamento e bombardeios.
🗣️ Por que isso importa?
A fome virou arma de guerra em Gaza. O colapso da ajuda internacional e a substituição por um sistema questionado, aliado à escassez de alimentos, transformaram o ato de buscar comida em uma missão de risco de vida.