Depois de dois anos de guerra, uma nova fase começa no Oriente Médio. O Hamas libertou os 20 últimos reféns israelenses que ainda estavam em Gaza nesta segunda-feira (13), marcando o início de uma troca por prisioneiros palestinos — e abrindo caminho para o cessar-fogo mais aguardado desde o início do conflito.
O acordo, anunciado por Donald Trump e confirmado por Israel e Hamas, começou a valer ainda na sexta-feira. Desde então, tropas israelenses começaram a recuar dentro de Gaza, e parte da população deslocada tenta voltar para suas casas no norte do território.
A trégua também libera entrada de ajuda humanitária em larga escala na Faixa de Gaza — alimentos, remédios, combustível e suprimentos básicos estão chegando em centenas de caminhões por dia, sob coordenação da ONU e países aliados.

O acordo de paz e o papel de Trump
O cessar-fogo é fruto de negociações intensas mediadas por Egito, Catar, Turquia e Estados Unidos, com base em um plano apresentado por Trump no fim de setembro.
O acordo previa a troca de 20 reféns israelenses por 250 prisioneiros palestinos, além da libertação de 1.700 civis de Gaza detidos durante o conflito. Mais da metade dos palestinos libertos deve ser enviada ao exílio, embora ainda não se saiba para quais países.
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Segundo mediadores, essa foi a etapa mais sensível do plano — e a entrega dos restos mortais de cerca de 25 reféns mortos deve levar mais tempo do que o previsto inicialmente.
Israel recua e a ajuda começa a chegar
A primeira fase do acordo exige que Israel recue suas tropas para uma “linha amarela” dentro de Gaza. O movimento já começou, segundo Steve Witkoff, enviado especial dos EUA para o Oriente Médio.
Enquanto isso, o fluxo de ajuda humanitária duplicou. São cerca de 600 caminhões por dia entrando com alimentos, medicamentos e gás de cozinha. O objetivo da ONU é atender 200 mil famílias com assistência financeira e distribuir refeições prontas para populações vulneráveis.
A União Europeia também vai retomar o monitoramento da fronteira de Gaza com o Egito — uma tentativa de garantir que o acordo siga dentro dos termos combinados.
E o Hamas vai se desarmar?
Essa é a questão mais delicada.
Apesar do cessar-fogo e da libertação dos reféns, ainda não há consenso sobre o desarmamento do Hamas. Israel afirma que não aceitará uma trégua definitiva enquanto o grupo mantiver poder militar, enquanto mediadores internacionais acreditam que um “desarmamento parcial” pode ser discutido em etapas futuras.
Segundo o premiê do Catar, Sheikh Mohammed bin Abdulrahman al-Thani, o Hamas estaria aberto a “repensar sua relação com Israel” — mas sem definir o que isso significa na prática.
Um alívio após dois anos de destruição
Desde o ataque do Hamas em 7 de outubro de 2023, que matou cerca de 1.200 pessoas em Israel e fez 250 reféns, o território viveu uma das maiores tragédias humanitárias recentes. A ofensiva israelense matou milhares de palestinos e reduziu Gaza a ruínas.
Agora, com o cessar-fogo, há um respiro de esperança — mesmo que frágil. A guerra pode ter silenciado, mas as marcas continuam vivas em cada casa destruída, em cada família separada.