A tensão internacional subiu mais um nível. Segundo o chefe da Agência de Energia Atômica da ONU, Rafael Grossi, os bombardeios dos EUA na usina de Fordow, no Irã, provavelmente causaram “danos muito significativos” à instalação — que fica literalmente dentro de uma montanha.
Sim, você leu certo. A usina é subterrânea e superprotegida. Mas nem isso segurou o impacto das maiores bombas convencionais do arsenal americano, lançadas no último domingo (22).
⚠️ O que é a usina de Fordow?
Fordow é uma das instalações mais sensíveis do programa nuclear iraniano. Ela fica escavada em uma montanha, justamente para resistir a ataques. É lá que o Irã enriquece urânio — o mesmo material usado em armas nucleares, dependendo do grau de pureza.
Segundo Grossi, o ataque dos EUA usou munição destruidora de bunkers, pela primeira vez em combate, para tentar neutralizar o local. E ainda não dá pra saber exatamente o nível de destruição causado.
“A natureza sensível das centrífugas e o tipo de explosão indicam que os danos devem ser grandes”, disse Grossi numa reunião emergencial da AIEA com 35 países.
☢️ Risco nuclear?
A usina de Fordow tinha, até o último levantamento da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), mais de 400 kg de urânio enriquecido a até 60% de pureza. Isso é só um passo abaixo dos 90% usados em bombas nucleares. Pra você ter ideia: esse estoque daria pra fabricar até 9 ogivas nucleares, se fosse levado ao nível máximo.
O Irã sempre negou qualquer intenção de criar armas atômicas. Mas o alerta global aumentou.
Desde o início dos ataques, no dia 13 de junho, os inspetores da ONU não conseguem mais acessar as instalações iranianas.
E agora surge outro fator: o Irã informou que pode transferir materiais nucleares para outros locais não revelados. Grossi deixou claro que qualquer movimentação precisa ser declarada e rastreável pela AIEA, como manda o Tratado de Não Proliferação Nuclear (TNP).
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🌍 O que pode acontecer agora?
O cenário é tenso. De um lado, os EUA e Israel mirando nas instalações nucleares do Irã. Do outro, o Irã ameaçando responder com “medidas especiais” — e isso inclui o futuro do seu programa nuclear.
Com acesso bloqueado e informações limitadas, o mundo assiste de camarote a um jogo perigoso envolvendo bombas, urânio e muita política internacional.
Se a usina foi mesmo danificada como se suspeita, pode ser o ponto de virada em um conflito que já estava pegando fogo.
