O clima entre o Planalto e o Centrão azedou de vez. Depois da derrubada da Medida Provisória 1303/2025, que previa a taxação de apostas online, bilionários e bancos, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) reagiu com força: exonerou mais de 370 indicados políticos ligados a partidos da base aliada que votaram contra o governo.
A ofensiva é uma das maiores já vistas neste mandato e mira diretamente PP, MDB, PSD, União Brasil e Republicanos — partidos que, nos bastidores, se alinharam ao mercado financeiro da Faria Lima e articularam a derrubada da MP.
Segundo o governo, a proposta era essencial para equilibrar as contas públicas e evitar um rombo fiscal em 2026, ano de eleições municipais.
⚙️ O pente-fino começou
As exonerações começaram na sexta-feira (10) e atingiram cargos de segundo escalão em ministérios e autarquias. Fontes do Planalto afirmam que o movimento faz parte de um “pente-fino político” para avaliar quem realmente está com o governo — e quem apenas usufrui do poder.
“Não dá pra ocupar cargos no governo e votar contra o governo”, resumiu um assessor de Lula.
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💥 União Brasil foi o mais atingido
O União Brasil, comandado por Antônio Rueda, foi o partido mais afetado, com 119 exonerações. As demissões alcançaram:
- Planalto: 10 cargos
- Advocacia-Geral da União (AGU): 9
- Ministério da Integração Regional: 18
- Ministério dos Transportes: 6
- Ministério dos Povos Indígenas: 6
Curiosamente, a Codevasf, reduto de apadrinhados do senador Davi Alcolumbre (União-AP) — aliado próximo de Lula — não foi afetada.
⚙️ MDB perde mais de 100 cargos
O MDB, presidido por Baleia Rossi e Michel Temer, também entrou na lista. Foram 112 exonerações, distribuídas entre:
- Presidência da República: 6
- Ministério dos Transportes: 15
- Ministério da Saúde: 11
- Ministério da Gestão e Inovação: 8
- Ministério de Minas e Energia: 7
O ministro Renan Filho (MDB-AL), que comanda os Transportes, foi o mais afetado dentro da legenda.
📉 PSD, PP e Republicanos também entraram no corte
O PSD, de Gilberto Kassab, perdeu 63 cargos, incluindo:
- Agricultura (Carlos Fávaro): 17
- Pesca (André de Paula): 17
- Saúde: 5
- Integração Regional: 5
- Povos Indígenas: 4
O PP, de Ciro Nogueira, teve 48 exonerações, entre elas:
- Ministério dos Esportes (André Fufuca): 7
- AGU: 6
- Saúde: 5
- Integração: 5
- Gestão e Inovação: 4
Já o Republicanos, partido ligado à Igreja Universal e que abriga o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, perdeu 20 cargos — sendo:
- Portos e Aeroportos: 3
- Integração Regional: 5
- Povos Indígenas: 4
- Transportes: 4
- Agricultura: 3
🧩 Centrão reage, mas Lula mantém o tom
Nos bastidores, líderes do Centrão classificaram o gesto como “retaliação política”, enquanto o Planalto afirma que é “gestão de coerência”.
A articulação contra a MP foi liderada por Tarcísio de Freitas (Republicanos) e Ciro Nogueira (PP-PI) — dois nomes fortes da oposição moderada que têm dialogado com parte da base.
“O governo precisa saber quem joga junto e quem joga contra”, disse um ministro petista sob reserva.
💬 Entenda a MP das bets e dos super-ricos
A MP 1303/2025 previa novas regras de tributação para casas de apostas online, além de impostos sobre grandes fortunas e lucros de bancos. O texto era parte da estratégia do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, para equilibrar o orçamento e reforçar a arrecadação federal.
A derrubada da medida foi vista como uma vitória do mercado e um golpe político no governo, que tenta manter sua base unida em meio a disputas por cargos e espaço.
⚖️ Resumo da jogada
- 🏛️ Lula exonerou mais de 370 cargos indicados por partidos da base.
- 🎲 A decisão veio após a derrota da MP que taxava bets e super-ricos.
- 💼 O União Brasil e o MDB foram os partidos mais atingidos.
- 🔥 O Planalto trata a medida como um recado: “lealdade tem preço”.