Um dos maiores vazamentos de dados recentes envolvendo uma estatal brasileira acaba de ficar ainda mais sério. O Grupo Everest, responsável pelo ataque cibernético à Petrobras, publicou 190 GB de arquivos roubados, agora disponíveis gratuitamente para qualquer pessoa na internet — sem senha, sem barreira, sem mistério.
A origem da invasão? O acesso veio por credenciais comprometidas da empresa terceirizada SA Exploration, que atua ao lado da Petrobras em operações sísmicas.
O que exatamente vazou?
Os arquivos trazem um volume massivo de informações técnicas usadas nas operações da estatal. Entre os dados já encontrados estão:
- coordenadas de navios;
- posições de nós OBN;
- precisão de DGPS;
- relatórios de controle de qualidade;
- pressões, profundidades e parâmetros de disparos;
- metadados de equipamentos;
- padrões operacionais;
- e diversos documentos internos de engenharia.
É material suficiente para analisar rotinas, entender tecnologia e até — segundo o próprio grupo criminoso — dar munição para que concorrentes imitem ou aprimorem modelos semelhantes, diminuindo a vantagem competitiva da empresa.
Petrobras busca entender impacto, mas ainda sem respostas claras
Por enquanto, não há confirmação oficial sobre o impacto prático dessa exposição. A complexidade técnica dos dados faz com que só especialistas consigam avaliar o tamanho do estrago — e isso pode levar tempo.
O TecMundo Security tentou novamente contato com a Petrobras para esclarecer riscos, mas ainda não teve retorno. No comunicado anterior, a estatal afirmou que a exposição teria ocorrido dentro do ambiente de uma prestadora de serviços e que não afetaria operações, clientes ou colaboradores.
Por que isso preocupa tanto?
Além do risco óbvio de espionagem corporativa, vazamentos desse porte acabam se tornando um combustível poderoso para golpes, já que criminosos usam essas informações para construir ataques mais precisos, estudar processos internos e explorar cada brecha possível.
Essa ameaça não é rara — e está longe de ser exagero. Em outubro, por exemplo, o iFood relatou um “ataque coordenado e sistemático” de espionagem, com mais de 170 tentativas de compra de informações direcionadas a executivos.
Agora, com o caso da Petrobras, especialistas alertam que ainda é cedo para dimensionar o impacto real, mas o cenário é preocupante e exige monitoramento constante.
A investigação sobre o vazamento segue aberta e novas atualizações devem surgir nos próximos dias.
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