A 10ª Festa Literária Internacional de Maricá (FLIM) recebeu, nesta sexta-feira (12/09), o lançamento do livro “O 8 de janeiro que o Brasil não viu”, do jornalista Ricardo Cappelli. A apresentação da obra ocorreu em mesa mediada pelo prefeito Washington Quaquá e reuniu um grande público no espaço principal do evento. A FLIM é organizada pela Prefeitura de Maricá, por meio da Secretaria de Educação.
O livro aborda em detalhes o dia dos ataques antidemocráticos às sedes dos Três Poderes, em Brasília, e as semanas de crise que se seguiram. À época, Cappelli assumiu como interventor federal na Segurança do Distrito Federal, coordenando as ações para restaurar a ordem.
Durante a apresentação, o prefeito Washington Quaquá destacou a relevância do autor no episódio:
“Quando aqueles que saíam do poder decidiram tramar contra a democracia, Cappelli, ao lado do então ministro Flávio Dino, esteve à frente da resistência institucional. Foi um dos grandes defensores do direito do povo e da democracia. É uma honra recebê-lo aqui na FLIM.”
Lançamento em momento simbólico
O lançamento ocorreu um dia após o julgamento histórico que condenou personagens centrais envolvidos nos ataques de 8 de janeiro e resultou na punição de um ex-presidente da República por tentativa de golpe de Estado.
Ricardo Cappelli ressaltou o simbolismo da ocasião:
“Quis o destino que eu viesse lançar o livro em Maricá um dia depois do julgamento. É emblemático estar nesta cidade, que sintetiza ideais progressistas no país. Esse julgamento representa o encerramento de um ciclo e estabelece um limite claro: no Brasil do século XXI não cabe conspirar contra a democracia.”
Relato histórico e bastidores da intervenção
Segundo Cappelli, a obra nasceu de provocações de amigos e da necessidade de aprofundar além do que era noticiado pela imprensa. O livro detalha as decisões tomadas durante os ataques e nos 23 dias de intervenção, registrando os bastidores da gestão de crise.
A narrativa também expõe as articulações com as forças de segurança para a desmobilização dos acampamentos golpistas e a prisão dos envolvidos.
“Foi a maior operação de polícia judiciária já realizada no Brasil, concentrada em apenas três dias”, destacou o autor.
Com a publicação, Ricardo Cappelli busca oferecer ao público um olhar histórico e documental sobre um dos momentos mais delicados da democracia brasileira.