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Sistema ranqueia espécies de vírus com potencial de provocar pandemias

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No fim de 2019, a comunidade internacional viu um vírus, até então desconhecido, aparecer na China e, nos meses seguintes, tomar conta do planeta. Assim, a pandemia de Covid-19 deixou evidente o perigo que um organismo não detectado pode significar para a saúde global. Diante desse cenário, pesquisadores da Universidade da Califórnia em Davis, nos Estados Unidos, desenvolveram uma ferramenta para ranquear os vírus, estimando o seu potencial pandêmico.

A criação faz parte de um estudo publicado em fevereiro na revista Proceedings of the National Academy of Sciences que explora os 32 fatores de risco mais relevantes para a disseminação de viroses em termos de hospedeiro, ambiente e vírus. A partir dessa análise, os cientistas elaboraram um ranking com 887 vírus organizado de acordo com a sua capacidade de transbordamento (em inglês, spillover, termo que se refere à transmissão de animais para humanos) e o seu potencial de disseminação.

Atualmente, o Sars-CoV-2 ocupa o segundo lugar do ranking do sistema SpillOver. Ele está entre os vírus Lassa, um arenavírus que causa febre hemorrágica e lidera a lista, e Ebola, que ocupa o terceiro lugar. Isso acontece porque, apesar do expressivo impacto da pandemia de Covid-19, a ferramenta desenvolvida ordena o potencial de cada vírus para além do que ocorreu historicamente. Há também uma ausência de informações importantes sobre o Sars-CoV-2, como quais são as espécies hospedeiras.

Os cientistas chamam atenção para o fato de que o SpillOver classificou coronavírus recém-descobertos como de maior risco do que alguns vírus já conhecidos por serem zoonóticos. Entre os 20 primeiros colocados da lista de observação está, por exemplo, um novo coronavírus provisoriamente chamado de PREDICT_CoV-35.

Zoë Grange, autora principal do estudo, acredita que a ferramenta seja um bom ponto de partida para soluções proativas, uma vez que pode auxiliar formuladores de políticas públicas e profissionais da área da saúde a priorizar os vírus listados e realizar um trabalho mais aprofundado de caracterização, vigilância e intervenções para redução de riscos.

“O Sars-CoV-2 é apenas um exemplo entre milhares de vírus que têm o potencial de passar de animais para humanos”, afirma Grange, em nota. “Precisamos não somente identificar, mas também priorizar as ameaças virais com maior risco de contaminação antes que outra pandemia devastadora aconteça”, conclui.

Fonte: Galileu

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